O imperador do Japão, Akihito, completou nesta segunda-feira (23) 80 anos e reiterou à imprensa do país sua intenção de continuar mantendo sua carga de trabalho habitual, apesar de ter previsto começar a delegar em breve alguns compromissos devido à idade.

"Espero continuar cumprindo com meu dever o melhor que puder, enquanto vou aceitando os limites derivados da minha idade", explicou Akihito em entrevista coletiva.

Akihito, que foi coroado em 7 de janeiro de 1989 e em breve completará 25 anos como chefe de Estado, é o segundo imperador japonês, junto com seu pai Hirohito, que completou 80 anos ocupando o Trono do Crisântemo.

Como informou a Agência da Casa Imperial em maio, Akihito e a imperatriz Michiko, de 79 anos, delegarão a partir de 2015 a seus filhos suas visitas anuais a creches e residências de idosos a fim de tornar sua carga de trabalho um pouco mais leve.

Está previsto que sejam o príncipe herdeiro, Naruhito, e seu irmão, Akishino, os que vão a partir de 2015 realizar estas visitas que desde 1992 Akihito e Michiko fazem anualmente a cada dia 5 de maio, Dia da Criança, e a cada terceira segunda-feira de setembro, quando se lembra o Dia do Respeito aos Mais Velhos.

"Já temos uma enorme diferença de idade para as crianças, e temos praticamente a mesma dos cidadãos mais velhos", explicou Akihito, que, no entanto, insistiu que seu estado de saúde "não teve peso nesta decisão".

A respeito da possibilidade de encomendar outras tarefas a membros da família imperial, Akihito afirmou que gostaria de "manter o status quo por enquanto".

"Minha intenção é continuar cumprindo com minhas tarefas de acordo com que estipula a Constituição", acrescentou.

Na última década, o imperador sofreu de vários problemas de saúde, já que foi operado de um câncer de próstata em 2003 e sofreu uma hemorragia estomacal em 2008.

Além disso, no ano passado foi submetido a uma operação para colocar um "by-pass" coronário.

Durante a entrevista coletiva, Akihito também quis dedicar algumas palavras a sua esposa Michiko, com a qual se casou como príncipe herdeiro em 1959.

"Ser imperador pode ser solitário demais. Sinto-me muito afortunado de ter podido realizar minhas funções como imperador com a imperatriz a meu lado", assegurou.