Parlamento da Rússia ratifica anexação da Crimeia e Sebastopol

Crise na Ucrânia
Crise na Ucrânia

A Duma (parlamento russo) ratificou nesta quinta-feira (20) o acordo por meio do qual a Crimeia e a cidade de Sebastopol foram anexadas à Rússia.

Ao todo, 443 deputados votaram a favor e apenas um contra o acordo de adesão assinado na terça-feira entre o presidente russo, Vladimir Putin, e os líderes da Crimeia e de Sebastopol.

Entenda a importância da Crimeia

A câmara também aprovou, por 445 votos a favor e um contra, a lei constitucional que cria as entidades federativas da Crimeia e Sebastopol, que são as de número 84 e 85 da Federação Russa.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse hoje que a incorporação da Crimeia e do porto de Sebastopol à Rússia será formalizada juridicamente nesta semana.

Após a ratificação pela Duma, os documentos serão aprovados pelo Conselho da Federação, a câmera alta do parlamento, que se reunirá amanhã.

Após os trâmites no legislativo, Putin poderá promulgar as leis, último passagem para completar o procedimento jurídico.

O Tratado para a incorporação à Rússia da rebelde península ucraniana e da cidade que abriga a Frota russa do Mar Negro foi assinado em 18 de março em cerimônia solene com a presença dos parlamentares e dos chefes de todas as regiões russas na Sala de São Jorge, no Grande Palacio do Kremlin.


O primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Axionov, o chefe do parlamento, Vladimir Konstantinov, e o chefe da cidade de Sebastopol, Alexei Chali, assinaram o acordo.

No tratado se diz que os habitantes da Crimeia adquirem nacionalidade russa se "no prazo de um mês" não declararem sua vontade" de manter a atual cidadania.

O acordo também contempla a realização de eleições regionais na Crimeia e municipais em Sebastopol em setembro de 2015.

Foram estabelecidos três idiomas oficiais no território da península: russo, ucraniano e crimeano-tártaro.

A Crimeia tem dois milhões de habitantes, dos quais cerca de 60% são russos, 25% ucranianos e 12% tártaros.

Histórico

A Crimeia, que abriga a frota russa no mar Negro, foi parte da Rússia até 1954, quando o então dirigente soviético Nikita Kruschev passou seu controle à Ucrânia. Após a queda do ex-presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, em fevereiro, as populações das regiões sul e leste do país foram às ruas para protestar contra o que consideraram um golpe de Estado.

A Rússia, aliada de Yanukovich e com interesses na região, apoia esse movimento. A península da Crimeia, de maioria étnica e língua russas e atualmente com um regime de república autônoma da Ucrânia, está sob controle de forças pró-Moscou desde 28 de fevereiro.

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