Segundo prefeito de oposição é preso por desacato na Venezuela

De Caracas

O TSJ (Tribunal Superior de Justiça) da Venezuela condenou na quarta-feira (19) a dez meses e 15 dias de prisão o prefeito de San Diego, o opositor Vicencio Scarano, por desacatar uma sentença que o obrigava a impedir a colocação de "guarimbas" (barricadas) de protesto contra o governo. A corte informou através de seu site que foram decretadas punições contra Scarano e o chefe da polícia municipal, Salvatore Lucchese, de "dez meses e 15 dias de prisão, mais os agravantes" por "desacato ao mandamento de liminar".

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  • EFE

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De acordo com a decisão judicial ditada no dia 12 de março, o prefeito Scarano e o policial Lucchese deveriam fazer a remoção imediata dos obstáculos que tivessem sido colocados nas vias do município. "Além disso, Vicencio Scarano Spisso está destituído de suas funções no cargo de prefeito do município San Diego do estado de Carabobo", afirmou o tribunal em uma nota de imprensa. 

O TSJ disse que "os dois cidadãos ficaram às ordens do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) e se estabeleceu como lugar de reclusão a sede do órgão, situada em Caracas" até que se determine o lugar definitivo de cumprimento da sentença.

Outro prefeito foi preso no mesmo dia

Essa sentença acontece horas depois que o prefeito de San Cristóbal, o também opositor Daniel Ceballos, foi capturado por agentes de inteligência em cumprimento de uma ordem de um tribunal que o acusa de "rebelião civil" e "associação ilegal".

"O cidadão Daniel Ceballos já tem sua ordem de captura por rebelião civil e associação ilegal e foi praticada a captura pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), que o tem agora sob controle para a respectiva apresentação perante o tribunal", disse o ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torres.

"Decisão fascista contra nosso prefeito @ENZOSCARANO", escreveu o líder opositor Henrique Capriles no Twitter após tomar conhecimento da decisão contra Scarano e acusou o presidente Nicolás Maduro de jogar "gasolina no fogo". "Ele, e somente ele, será o responsável pela situação que vier a se desenvolver no país, que todo o mundo saiba", declarou.

Onda de protestos

A Venezuela vive uma onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro desde o último dia 12, que desembocou em incidentes violentos com cerca de 30 mortes, centenas de feridos e mais de 1.500 detidos.

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