Topo

Brasília reforça segurança para votação da Câmara sobre impeachment de Dilma

17/04/2015 01h11

Brasília, 17 abr (EFE).- Brasília amanheceu neste domingo com segurança reforçada para evitar confrontos entre os milhares de manifestantes que devem acompanhar a votação na Câmara dos Deputados que definirá o futuro da presidente Dilma Rousseff: 4 mil policiais foram enviados à Esplanada dos Ministérios e outros 7 mil estão prontos para "entrar em ação" caso a situação saia do controle.

Os deputados decidem hoje se o processo de impeachment contra Dilma avança até o Senado, pedido que se baseia nas chamadas pedaladas fiscais, consideradas como irregulares pela oposição.

A votação começará às 14h e a previsão é que termine às 21h. Os debates, no entanto, começaram na sexta-feira, com uma verdadeira maratona de discursos inflados dos deputados no plenário.

As autoridades calculam que cerca de 300 mil pessoas devem se reunir nos arredores do Congresso na hora da votação, entre elas manifestantes que exigem a saída de Dilma e os que classificam o processo de impeachment como um golpe.

Os protestos a favor e contra a presidente foram convocados em dezenas de cidades do país, nas quais, assim como em Brasília, serão instalados telões nas ruas para que as pessoas acompanhem a votação.

Para que o processo avance para o Senado, a oposição precisa de 342 dos 513 votos possíveis.

O trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios está bloqueado desde a sexta-feira. O gramado em frente ao Congresso foi dividido por um enorme muro, de quase dois metros de altura, para separar os dois protestos.

No lado esquerdo, ficarão os movimentos sociais, sindicatos e manifestantes favoráveis a Dilma, enquanto o direito será ocupado por aqueles que querem o impeachment da presidente.

Se a oposição conseguir os 342 votos, o Senado deverá decidir se instaura o processo de impeachment. Nesse caso, Dilma ficaria afastada no poder por 180 dias, prazo que os senadores teriam para realizar o trâmite e decidir se ela fica ou não no poder.

Durante esse período, o país será comandado pelo vice-presidente Michel Temer, que rompeu relações com Dilma e dedicou as últimas semanas para negociar o que seria seu possível governo.