Eurodeputados pedem a UE que elimine PKK da lista de grupos terroristas
Bruxelas, 23 fev (EFE).- Um grupo de eurodeputados enviou nesta terça-feira uma carta ao Conselho da União Europeia pedindo a retirada do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) da lista de organizações terroristas, com o objetivo de promover as negociações do processo de paz na região do Curdistão.
Os europarlamentares, de diferentes grupos políticos, dizem na carta, à qual a Agência Efe teve acesso, que o atual status do PKK "se interpõe no caminho do estabelecimento da paz, do diálogo e das negociações, facilita o descumprimento de direitos humanos e restringe as liberdades de pensamento e de imprensa".
A eurodeputada italiana Bárbara Spinelli, signatária da carta, explicou à imprensa que o PKK "deveria fazer parte das negociações de paz" do conflito curdo, para o que é necessário que a UE elimine seu status atual de grupo terrorista.
De fato, na carta os europarlamentares expõem que, assim como aconteceu na Irlanda do Norte, só será possível alcançar uma solução pacífica ao conflito curdo "se forem incluídos todos os partidos envolvidos".
"Os curdos são uma parte importante das lutas políticas no Oriente Médio, como demonstrou a resistência em Kobani, e uma solução pacífica ao conflito do Curdistão não é possível sem negociações com o PKK", diz a carta, que ressalta que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, já aceitou falar com este grupo.
A eurodeputada Spinelli opinou que há um silêncio na UE com relação ao status do PKK e que isto se deve a Bruxelas "ter aceitado permanecer calada sobreo conflito curdo em troca de a Turquia manter os refugiados sírios" em seu território.
Este pedido se produz dias depois de, na sexta-feira, a facção curdo Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), considerada uma cisão do PKK, reivindicar o ataque com bomba contra um comboio militar em Ancara que deixou 29 mortos.
Nesse contexto, o eurodeputado cipriota Costas Mavrides (S&D), que também assinou a carta, apostou em "esperar os resultados da investigação", mas levando em conta, acrescentou, a confiança limitada que se deve dar à administração turca, que usa "ações provocadoras para promover suas políticas".
Os europarlamentares acreditam que é um "bom momento" e uma "oportunidade única" para pedir a eliminação do PKK da lista de organizações terroristas, por considerarem que "não se pode esperar mais" para a resolução deste conflito, e que atualmente a questão curda "goza de atenção midiática".
Além disso, explicaram que a coleta de assinaturas começou o ano passado e que a carta foi redigida antes do atentado de Ancara, sobre o qual reiteraram sua condenação.
Também apelaram para "romper o silêncio midiático" e a desinformação sobre o conflito curdo e alegaram que os cidadãos "devem saber que é realmente acontece" no Curdistão.
Spinelli e Mavrides, no entanto, se recusaram a sugerir um novo status para o PKK se ele for eliminado da lista de organizações terroristas.
A carta está assinada por mais de uma centena de eurodeputados, por iniciativa das europarlamentares Marie-Christine Vergiat (de Esquerda Unitária) e Ana Gomes (dos social-democratas europeus S&D). EFE
joc/cd
Os europarlamentares, de diferentes grupos políticos, dizem na carta, à qual a Agência Efe teve acesso, que o atual status do PKK "se interpõe no caminho do estabelecimento da paz, do diálogo e das negociações, facilita o descumprimento de direitos humanos e restringe as liberdades de pensamento e de imprensa".
A eurodeputada italiana Bárbara Spinelli, signatária da carta, explicou à imprensa que o PKK "deveria fazer parte das negociações de paz" do conflito curdo, para o que é necessário que a UE elimine seu status atual de grupo terrorista.
De fato, na carta os europarlamentares expõem que, assim como aconteceu na Irlanda do Norte, só será possível alcançar uma solução pacífica ao conflito curdo "se forem incluídos todos os partidos envolvidos".
"Os curdos são uma parte importante das lutas políticas no Oriente Médio, como demonstrou a resistência em Kobani, e uma solução pacífica ao conflito do Curdistão não é possível sem negociações com o PKK", diz a carta, que ressalta que o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, já aceitou falar com este grupo.
A eurodeputada Spinelli opinou que há um silêncio na UE com relação ao status do PKK e que isto se deve a Bruxelas "ter aceitado permanecer calada sobreo conflito curdo em troca de a Turquia manter os refugiados sírios" em seu território.
Este pedido se produz dias depois de, na sexta-feira, a facção curdo Falcões da Liberdade do Curdistão (TAK), considerada uma cisão do PKK, reivindicar o ataque com bomba contra um comboio militar em Ancara que deixou 29 mortos.
Nesse contexto, o eurodeputado cipriota Costas Mavrides (S&D), que também assinou a carta, apostou em "esperar os resultados da investigação", mas levando em conta, acrescentou, a confiança limitada que se deve dar à administração turca, que usa "ações provocadoras para promover suas políticas".
Os europarlamentares acreditam que é um "bom momento" e uma "oportunidade única" para pedir a eliminação do PKK da lista de organizações terroristas, por considerarem que "não se pode esperar mais" para a resolução deste conflito, e que atualmente a questão curda "goza de atenção midiática".
Além disso, explicaram que a coleta de assinaturas começou o ano passado e que a carta foi redigida antes do atentado de Ancara, sobre o qual reiteraram sua condenação.
Também apelaram para "romper o silêncio midiático" e a desinformação sobre o conflito curdo e alegaram que os cidadãos "devem saber que é realmente acontece" no Curdistão.
Spinelli e Mavrides, no entanto, se recusaram a sugerir um novo status para o PKK se ele for eliminado da lista de organizações terroristas.
A carta está assinada por mais de uma centena de eurodeputados, por iniciativa das europarlamentares Marie-Christine Vergiat (de Esquerda Unitária) e Ana Gomes (dos social-democratas europeus S&D). EFE
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