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Trump anuncia reuniões com inteligência dos EUA para avaliar ingerência russa

30/12/2016 01h00

(Atualiza com declarações de Kellyanne Conway, ex-chefe da campanha de Trump).

Washington, 29 dez (EFE).- O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira que se reunirá com os líderes das agências de inteligência de seu país na próxima semana com o objetivo de receber nova informação sobre a suposta ingerência da Rússia nas eleições americanas.

"É hora de nosso país avançar rumo a coisas maiores e melhores. No entanto, pelo interesse de nosso país e de sua boa gente, me reunirei com os líderes da comunidade de inteligência na próxima semana para que me atualizem sobre os fatos desta situação", disse Trump em um breve comunicado.

Trump, que assumirá o poder em 20 de janeiro, reagiu assim às sanções anunciadas hoje pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que culpa o governo russo de intervir nas eleições presidenciais americanas por meio de ataques cibernéticos destinados a prejudicar a candidata democrata, Hillary Clinton.

Concretamente, Obama ordenou a expulsão de 35 diplomatas russos e suas famílias em um prazo de 72 horas, assim como o fechamento de dois centros de propriedade do governo russo em Nova York e Maryland.

Além disso, o governo dos EUA anunciou sanções econômicas que implicam no congelamento de bens das duas principais agências de inteligência russas: o Departamento Central de Inteligência (GRU, militar) e o Serviço Federal de Segurança (FSB).

Em entrevista no canal "CNN", uma das conselheiras de Trump, Kellyanne Conway, especulou sobre a possibilidade que o governo de Obama tenha anunciado sanções contra a Rússia a fim de condicionar as futuras relações entre o governo do magnata nova-iorquino e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

"Mesmo aqueles que concordam com a maioria das questões com o presidente Obama, estão dizendo que, em parte, emitiu estas sanções para 'preparar uma armadilha' ao presidente eleito Trump", disse afirmou Kellyanne, ex-chefe de campanha de Trump que ocupará uma posição importante no futuro governo do republicano.

"Se a política é o fator que motivou isto, seria um erro", completou Kellyanne Conway, quem considerou que transição pacífica de poder entre o atual e novo governo dos Estados Unidos "não funciona desta forma".

Uma vez que assuma a presidência dos EUA, Trump terá o poder de manter ou suspender as sanções anunciadas nesta quinta por Obama, assim como outros castigos impostos contra o Kremlin pela anexação russa da península da Crimeia em março de 2014 e pelo apoio de Moscou aos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

Trump já insinuou sua vontade de impulsionar uma mudança de rumo nas atuais tensas relações entre Washington e Moscou, apesar de alguns de seus correligionários republicanos do Congresso considerarem a Rússia um dos principais perigos para a segurança dos Estados Unidos.