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Opositores venezuelanos rejeitam "golpe de Estado" dado ao parlamento

30/03/2017 14h58

Caracas, 30 mar (EFE).- Dezenas de dirigentes opositores na Venezuela rejeitaram nesta quinta-feira a sentença publicada ontem pelo Tribunal Superior de Justiça (TSJ) do país, na qual decidiu assumir as competências da Assembleia Nacional (AN, parlamento); uma sentença que o antichavismo classificou como um "golpe de Estado" contra o Legislativo.

Vários deputados opositores, que integram a maioria que controla a Câmara, reagiram via Twitter contra a sentença que foi emitida pela Sala Constitucional do Tribunal Superior de Justiça, instância que ficará a cargo das atribuições do parlamento enquanto este se mantiver em "desacato".

"A sentença da 'Sala Inconstitucional' do TSJ confirma o golpe de Estado contínuo do governo fugitivo e fracassado, repudiado nacional e internacionalmente", escreveu no Twitter o deputado e ex-presidente do Legislativo, Henry Ramos Allup.

O presidente da comissão de Política Externa do parlamento, Luis Florido, também se manifestou no Twitter, ao afirmar que a decisão do TSJ acendeu "os alarmes da comunidade internacional" diante do que ele considerou uma ruptura da ordem constitucional por parte do governo de Nicolás Maduro.

"A ditadura de Maduro lança um Golpe de Estado porque sabe que se encontra em seus momentos finais e não pode contar com uma saída eleitoral" comentou Florido, que propôs à aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) que convocasse mobilizações "para defender" o parlamento.

Esta proposta também foi feita pelo primeiro vice-presidente da Câmara, Freddy Guevara, que opinou que dependerá das ações da oposição fazer com que "este novo ataque se transforme em um erro histórico".

"Devemos nos organizar para resistir e não aceitar que um tribunal ilegítimo não nos reconheça", afirmou o deputado.

Já o presidente do Legislativo, Julio Borges, acusou Maduro de estar por trás desta sentença e anunciou que, "diante desse golpe de Estado", a Câmara não reconhecerá o máximo tribunal do país, pois, segundo ele, seus magistrados foram escolhidos "para governar por fora da Constituição".

O TSJ disse que a situação de "desacato" do parlamento se dá pelo descumprimento de várias sentenças.

Cabe lembrar que este "desacato" teve início no ano passado, depois que a junta diretora do parlamento decidiu incorporar três deputados cuja posse tinha sido suspensa cautelarmente pelo TSJ.