Equador pede na OEA que Brasil explique atual crise política
O embaixador do Equador na Organização dos Estados Americanos (OEA), Marco Vinicio Albuja, solicitou nesta quarta-feira (24) à delegação brasileira que explique no organismo a crise política no país, após as denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer.
O diplomata equatoriano disse que "há alguns dias há notícias muito graves a respeito da situação no Brasil" e as "afetações de caráter regional" lhe "obrigam a solicitar" esclarecimentos à delegação brasileira.
O embaixador do Equador na OEA introduziu o tema de acordo com "os princípios democráticos de nossa organização", mas oito países se opuseram a abordar o assunto na sessão ordinária realizada hoje em Washington.
Por sua parte, o embaixador brasileiro, José Luiz Machado, explicou que "o tema está no sistema judicial", defendeu que no Brasil se continua respeitando "as liberdades e a democracia" e qualificou a proposta equatoriana como uma "tentativa para mudar o foco" antes da reunião de chanceleres sobre a Venezuela marcada para o dia 31 de maio.
Oito países - Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Argentina, Chile, México, Paraguai e Uruguai - rejeitaram a inclusão do debate sobre o Brasil na sessão por ser um assunto "interno" do país, agradeceram a abertura do embaixador brasileiro para responder e se mostraram confiantes nas instituições do Estado.
Nenhum país apoiou o Equador, mas Albuja disse ao final que tinha cumprido seu "objetivo" porque as delegações dessas oito nações - que são impulsoras da reunião de chanceleres sobre a Venezuela - tinham afirmado "coisas muito interessantes que deveriam ser cumpridas sempre".
"Se vamos falar de um problema, vamos falar de todos, e de todos os problemas sérios. Não pode haver países de primeira e de segunda", comentou Albuja.
Já Machado apontou "certas contradições" na proposta do Equador, um país que, segundo disse, "se negou uma e outra vez a falar da grave situação de outro Estado-membro", em referência à Venezuela.
"No Brasil não há nenhuma alteração ou risco da ordem constitucional, continuamos respeitando as liberdades, a democracia, apesar de a situação política ser muito desafiante, e isso nos prova a solidez e independência de nossas instituições democráticas", defendeu o diplomata.
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