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Suécia confirma libertação de ativista sino-sueco Gui Minhai

24/10/2017 09h55

Copenhague, 24 out (EFE).- O governo da Suécia anunciou nesta terça-feira que as autoridades da China confirmaram que o ativista chinês naturalizado sueco Gui Minhai, o único dos editores de Hong Kong desaparecidos em 2015 que permanecia detido, foi libertado.

Cinco editores e livreiros de Hong Kong críticos ao regime comunista chinês desapareceram misteriosamente entre outubro e dezembro de 2015, mas ressurgiram meses mais tarde sob custódia das autoridades de Pequim. Todos eles foram libertados pouco depois após pressão internacional, menos Gui.

"Recebemos a mensagem das autoridades chinesas, mas é importante que tenhamos mais informações. Há certas coisas que precisamos averiguar", declarou à emissora pública "SVT" Patric Nilsson, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Suécia.

Em uma mensagem divulgada no Twitter, a titular de Relações Exteriores do país escandinavo, a social-democrata Margot Wallström, deu "boas-vindas" à notícia, mas ressaltou que são necessários "maiores esclarecimentos" sobre o caso por parte da China.

A filha do livreiro, Angela Gui, explicou em um comunicado divulgado no Twitter que o Ministério das Relações Exteriores da China informou à Suécia, há duas semanas, que o ativista seria libertado no dia 17 após cumprir uma condenação por um suposto crime de trânsito, mas que, desde então, não têm notícias suas.

"Ao receber a notícia de sua iminente libertação, a embaixada enviou seu pessoal ao local onde diziam que o meu pai estava detido e onde ele recebeu visitas em três ocasiões anteriormente. No entanto, quando chegaram pela manhã, um funcionário lhes avisou que (Gui) tinha sido libertado à meia-noite", contou Angela.

Nem a embaixada da Suécia nem a família foram contatadas por Gui, segundo sua filha, que relatou que o consulado sueco em Xangai recebeu ontem "um telefonema estranho" de alguém que dizia ser o livreiro, anunciando que solicitaria um passaporte sueco em um ou dois meses, mas que antes queria passar um tempo com sua mãe doente.

"Até onde eu sei, minha avó não está doente. De fato, o meu pai não está com ela, ainda não está claro onde ele está. Estou muito preocupada", acrescentou Angela no comunicado.

Gui Minhai desapareceu em outubro de 2015 na Tailândia e não se soube nada dele até que, em janeiro de 2016, o livreiro anunciou em uma mensagem televisiva que tinha voltado à China para assumir sua responsabilidade pela morte de uma jovem que supostamente atropelou em uma cidade chinesa em 2003.

Gui estava estudando na Suécia quando ocorreu o Massacre da Praça da Paz Celestial em 1989, o que lhe permitiu obter a cidadania do país escandinavo mais tarde.

O ativista de Hong Kong é o fundador de uma editora que publicava livros sobre a vida privada dos líderes chineses e os prós e contras do Partido Comunista da China (PCCh), que estão proibidos no continente, mas são permitidos em Hong Kong.