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Embaixadora americana considera votação da ONU sobre Jerusalém um "insulto"

18/12/2017 17h10

Nações Unidas, 18 dez (EFE).- A embaixadora dos Estados Unidos para a ONU, Nikki Haley, considerou nesta segunda-feira como um "insulto" a votação na ONU de uma resolução contrária ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e afirmou que o governo americano não se esquecerá desse episódio.

"O que vimos hoje no Conselho de Segurança é um insulto. Não será esquecido", disse a diplomata depois de vetar o texto, que pedia para os EUA voltarem atrás na decisão sobre Jerusalém.

Haley defendeu a medida do presidente Donald Trump e disse que "nenhum país vai dizer aos EUA onde colocar sua embaixada".

A resolução, apresentada pelo Egito, recebeu o apoio de 14 dos 15 países do Conselho de Segurança. Apenas os EUA votaram contra.

Segundo Haley, de maneira implícita, o texto responsabilizava os EUA de prejudicar as perspectivas de paz no Oriente Médio, algo considerado por ela como uma "acusação indignante".

"Um processo de paz prejudicado pelo simples reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel não é um processo de paz, é uma justificativa para um bloqueio interminável", argumentou.

Há décadas, a ONU e a maior parte da comunidade internacional consideram que o status de Jerusalém deve ser decidido dentro de um processo de paz entre israelenses e palestinos. As negociações, no entanto, estão travadas há anos.

O veto de hoje é o primeiro do governo Trump no Conselho de Segurança. A última vez que a Casa Branca tinha utilizado o poder de bloquear decisões contrárias aos interesses no principal órgão de decisão da ONU foi em 2011.

Haley afirmou que não há "alegria" em utilizar o veto, mas que, desta vez, não houve dúvida sobre a necessidade de usá-lo.

"O fato deste veto ocorrer em defesa da soberania dos EUA e em defesa do papel dos EUA no processo de paz do Oriente Médio não é motivo de vergonha para nós, deveria ser para o resto do Conselho de Segurança", destacou a embaixadora americana.