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Diplomata australiano contribuiu para investigação do FBI sobre trama russa

30/12/2017 20h40

Nova York, 30 dez (EFE).- Um diplomata australiano que se reuniu em maio de 2016 com George Papadopoulos, então assessor de campanha do presidente Donald Trump, contribuiu para que o FBI investigasse a possível ingerência do Kremlin nas eleições dos Estados Unidos, informou neste sábado o jornal "The New York Times".

Papadopoulos, que se declarou culpado por ter mentido sobre os vínculos com Moscou no caso investigado pelo procurador especial Robert Mueller, revelou a Alexander Downer, ex-ministro de Exteriores australiano, que a Rússia tinha informação prejudicial sobre a ex-candidata democrata Hillary Clinton, de acordo com o jornal.

Dois meses depois dessa reunião, realizada em um bar de Londres, o Wikileaks filtrou e-mails do Comitê Nacional Democrata (DNC) e foi então quando a Austrália avisou aos EUA sobre o relatado por Papadopoulos ao diplomata, afirma o "NYT", que entrevista quatro funcionários americanos e estrangeiros, atuais e antigos, com conhecimento do assunto.

"O pirateio informático e a revelação de que um membro da campanha de Trump podia ter informações internas sobre isso foram fatores determinantes que levaram o FBI a abrir uma investigação em julho de 2016", assegura o jornal.

O papel de Papadopoulos na campanha eleitoral, uma das figuras centrais na investigação de Mueller iniciada há sete meses, foi minimizado por Trump e pela Casa Branca, apesar de relatórios de imprensa apontarem que ele tratou de programar uma reunião do candidato com o presidente russo, Vladimir Putin.

O ex-assessor tinha se reunido em abril de 2016 com Joseph Mifsud, um professor em Londres com contatos no Governo russo que lhe disse que o Kremlin tinha "milhares de e-mails" que prejudicariam Hillary, segundo documentos legais.

Embora os "hackers" russos tenham roubado dados dos computadores do DNC durante meses, essa informação não era conhecida nem por parte do público e nem pelo próprio Comitê. O "NYT" aponta que não está claro se Papadopoulos a compartilhou, além de com Downer, com alguém da campanha presidencial de Trump.