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ACNUDH pede o fim da "aniquilação" de sírios em Ghouta Oriental

21/02/2018 15h52

Genebra, 21 fev (EFE).- O titular do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH), Zeid Ra'ad al Hussein, pediu nesta quarta-feira o fim da "aniquilação monstruosa" de sírios em Ghouta Oriental, uma região controlada pela oposição, já que mais de 1.200 pessoas morreram ou ficaram feridas desde o início da ofensiva governamental no último dia 4.

Segundo os casos documentados pelo ACNUDH, pelo menos 346 sírios morreram e 878 ficaram feridos na operação do governo sírio e seus aliados contra Ghouta Oriental, sobretudo por ataques aéreos em áreas residenciais.

Na segunda-feira, em 13 horas, morreram 92 civis, de acordo com um comunicado do escritório de Zeid, que reiterou que são apenas os casos que a ONU conseguiu documentar em meio ao "caos e à destruição".

Dezenas de bombardeios aéreos e centenas de ataques terrestres afetaram áreas residenciais em muitas partes de Ghouta Oriental na segunda e na terça-feira, e continuaram nesta quarta-feira, indicou a ONU.

A destruição de casas provocou o deslocamento de muitos civis para regiões onde também não há segurança, denunciou o alto comissário.

Segundo as informações recebidas pelo ACNUDH, os civis, especialmente mulheres e crianças, vivem em "estado de pânico e buscam refúgio no subterrâneo, onde não têm alimentos nem instalações sanitárias".

Zeid lembrou que os civis de Ghouta Oriental, que fica na periferia da capital Damasco, já vêm sofrendo com cinco anos de assédio militar, o que os privou do mais básico.

"Quanta crueldade os civis ainda terão que suportar até que a comunidade internacional possa falar com uma voz unificada e dizer que já morreram crianças demais, que já há muitas famílias destruídas e violência, e até que tome uma ação concertada para pôr fim a esta campanha de aniquilação?", questionou o alto comissário.

Zeid acrescentou que, devido ao fato de vários hospitais terem sido alvo de bombardeios por diversas vezes, há gente que está morrendo de maneira lenta e dolorosa sem poder receber atendimento médico e exigiu que os centros de saúde sejam respeitados.

O alto comissário da ONU também se mostrou alarmado pelo aumento do lançamento de foguetes contra áreas de Damasco controladas pelo governo, incluído o centro antigo da cidade e áreas residenciais, que já deixaram 15 mortos e 51 feridos entre os civis desde o último dia 14.