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Ucrânia não permitirá que nenhum russo vote em seu território no domingo

14.mar.2018 - Presidente russo Vladimir Putin discursa para a população no quarto aniversário da anexação russa da Crimeia - Maxim Shemetov/Reuters
14.mar.2018 - Presidente russo Vladimir Putin discursa para a população no quarto aniversário da anexação russa da Crimeia Imagem: Maxim Shemetov/Reuters

Kiev (Ucrânia)

16/03/2018 13h37

O ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, assegurou nesta sexta-feira que seu Governo não permitirá que os cidadãos russos residentes na Ucrânia votem nas eleições presidenciais da Rússia do próximo domingo, com a única exceção dos diplomatas.

"O serviço de segurança das dependências diplomáticas da Rússia em território ucraniano não permitirá o acesso aos cidadãos (de nacionalidade russa) para votar nas eleições presidenciais. Terão acesso exclusivamente indivíduos com status diplomático", apontou em um comunicado.

Avakov afirmou que nenhum russo será admitido em 18 de março nas instalações das missões diplomáticas russas, presentes em cidades como Kiev, Jarkov, Odessa e Lviv.

Além disso, advertiu que a Polícia Nacional e a Guarda Nacional reforçarão a segurança para garantir esse dia "a devida proteção" de todas as missões e instituições diplomáticas da Rússia, bem como os seus arredores.

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O Ministério do Interior justificou esta decisão porque a Rússia, até o dia de hoje, "não abandonou suas intenções ilegítimas" e provocativas contra o Estado ucraniano - em referência aos territórios ucranianos ocupados por tropas russas e milícias pró-russas -, e considerou que tais eleições "violam as leis ucranianas".

Por sua vez, a Comissão Eleitoral Central (CEC) russa denunciou hoje que a proibição de votar aos cidadãos russos residentes na Ucrânia "contradiz" a Convenção de Viena e constitui um não cumprimento das obrigações internacionais de Kiev.

"A declaração de Avakov de que limitará o acesso aos cidadãos russos que têm um direito eleitoral ativo está em desacordo com duas convenções internacionais e um acordo bilateral russo-ucraniano", disse Vasiliy Likhachev, membro da CEC russa.

Além disso, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) advertiu hoje que seus cidadãos poderão ser acusados pela via penal se colaborarem nas eleições presidenciais russas em território da península da Criméia, anexada pela Rússia desde 2014.

"O SBU adverte aos cidadãos ucranianos sobre sua responsabilidade penal se fizerem parte da promoção e organização das eleições presidenciais (russas) ilegais no território anexado da República Autônoma da Crimeia", aponta um comunicado dos serviços de inteligência.

O SBU considera que estas ações constituem um delito, por isso, informou que está investigando a atividade "ilegítima" da Comissão Eleitoral Central russa na Crimeia, território que segue reivindicando como próprio quatro anos após sua anexação por parte da Rússia.