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Especialista canadense é assaltado em Buenos Aires às vésperas do G20

28/11/2018 20h57

Buenos Aires, 28 nov (EFE).- O professor canadense John Kirton foi assaltado nesta quarta-feira em Buenos Aires, dois dias antes do início da Cúpula do G20, e afirmou que não confia na polícia local para manter os participantes do evento a salvo.

"Acabo de ser vítima, com ferimentos leves, de um assalto na esquina da Lavalle com a Avenida Madero - muito perto de onde sairão os ônibus para a Cúpula do G20. Não há segurança a vista", denunciou o professor, especialista em eventos do G7 e do G20, no Twitter, acompanhando a mensagem com uma foto de ferimentos em sua perna.

Professor de Ciência Política e diretor do G20 Research Group, Kirton disse ter sido atacado violentamente por dois jovens enquanto passeava pelo centro de Buenos Aires.

O especialista recomendou aos jornalistas que visitam a capital argentina para o evento que não andem sozinhos e não confiem na Polícia de Buenos Aires para se manter a salvo.

Em respostas às perguntas de seguidores na rede social, Kirton disse que tomou certas precauções, mas disse ter pensado que o governo da Argentina faria mais para proteger as regiões vinculadas ao G20, caso do local onde ele foi assaltado.

"Depois de 31 reuniões do G7, 12 do G20 e uma do Brics desde 1998, minha sorte finalmente se esgotou. Não chorem por mim, chorem pela Argentina", afirmou o especialista no Twitter.

O incidente ocorreu poucas horas antes do início do esquema especial montado pelo governo para o G20, descrito pela ministra de Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, como "forte e adequado".

A intenção do governo é "blindar" Buenos Aires de quinta-feira até domingo, dias nos quais os principais líderes mundiais estarão reunidos na capital do país.

O assalto, porém, volta a colocar em xeque a capacidade das forças de segurança da Argentina para lidar com um evento destas características. A imagem do país já está muito manchada no exterior após o ataque ao ônibus que levava os jogadores do Boca Juniors para o Estádio Monumental de Núñez para a disputa da final da Taça Libertadores contra o River Plate.

O esquema especial de segurança falhou e provocou a renúncia do secretário de Segurança de Buenos Aires.

A previsão é que 22 mil soldados e policiais estejam nas ruas durante a realização do G20. Além disso, o governo estabeleceu restrições de circulação em setores da cidade que serão usados por delegações internacionais e vigilância por terra, mar e ar para proteger os cerca de 15 mil participantes do evento.