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Israel diz que decisão australiana sobre Jerusalém é passo na direção certa

Panorama da cidade de Jerusalém, em Israel, sob a neve - Getty Images/iStockphoto
Panorama da cidade de Jerusalém, em Israel, sob a neve Imagem: Getty Images/iStockphoto

15/12/2018 18h47

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Israel, Emmanuel Nahshon, afirmou neste sábado (15) que o governo classificou a decisão da Austrália de abrir um escritório de comércio e defesa em Jerusalém como "um passo na direção certa", mas não falou sobre o reconhecimento da parte oeste da cidade como capital.

A medida se choca com a postura israelense de que toda a cidade, incluindo a zona oriental (ocupada em 1967), faz parte do seu Estado.

Em um breve comunicado, Nahshon comemorou a decisão, mas evitou abordar as demais questões comentadas hoje pelo primeiro-ministro australiano, Scott Morrison.

Morrison anunciou hoje o reconhecimento de Jerusalém Ocidental como capital de Israel e se comprometeu a reconhecer a parte oriental - ocupada desde a Guerra dos Seis Dias (1967) - como capital de um futuro Estado palestino. No entanto, de acordo com ele, a embaixada australiana ficará em Tel Aviv por enquanto.

Embora tenha anunciado que o seu governo buscará um imóvel em Jerusalém para a futura delegação australiana, ele também indicou que isto não acontecerá até que exista um acordo de paz entre israelenses e palestinos.

O comunicado oficial de Israel aborda por alto estes detalhes e se limita a comemorar a abertura do escritório e a parabenizar o governo da Austrália "pela postura com relação às sanções contra o Irã, pela posição pró-israelense na Organização das Nações Unidas e contra o antissemitismo".

Morrison também manifestou o seu compromisso "com uma solução de dois estados", o que não evitou que o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, condenasse a sua decisão e qualificasse as suas palavras de "irresponsáveis" e contraditórias com "a paz e com a segurança mundial". Segundo Erekat, o atual governo australiano "não fez nada para promover a solução de dois estados".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rompeu o consenso internacional há um ano ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel e transferir a embaixada americana de Tel Aviv para lá em maio. A decisão foi seguida pela Guatemala e pelo Paraguai, embora este último tenha depois retornado sua representação diplomática para Tel Aviv.

O anúncio australiano gerou polêmica no mundo árabe e tanto a Jordânia quanto a Liga Árabe condenaram a decisão, que classificaram como "violação" das leis internacionais.