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Governo chinês diz que está "preparado para trabalhar com os EUA"

30/12/2018 13h58

Pequim, 30 dez (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores da China disse neste domingo que o país está "preparado para trabalhar com os Estados Unidos para iniciar o importante consenso alcançado" no começo deste mês, quando os dois governos pactuaram uma trégua na guerra comercial.

O porta-voz da chancelaria chinesa, Lu Kang disse neste domingo em comunicado que o gigante asiático está pronto também para "ampliar a cooperação" com a maior potencial mundial "sobre a base do benefício mútuo" e a "administrar as diferenças com respeito mútuo".

Segundo Lu, a China deseja "avançar nas relações" bilaterais, "apoiadas na coordenação, na cooperação e na estabilidade, e fazer com que a cooperação bilateral ofereça maiores benefícios aos dois países e a pessoas de todo o mundo".

Para Lu, os laços entre os países "atravessaram uma viagem tortuosa e seguiram em frente" com "intercâmbios e cooperação que renderam conquistas históricos".

"As duas partes deveriam ver as intenções estratégicas do outro de forma racional e objetiva, melhorar a comunicação estratégica, aumentar a confiança estratégica mútua e evitar os erros de julgamento estratégico", argumentou.

Lu fez estas declarações por ocasião do 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre EUA e China, comemorado no próximo dia 1º, e também poucas horas depois de uma conversa por telefone entre os respectivos presidentes, Donald Trump e Xi Jinping.

Durante a ligação, feita no sábado, Xi manifestou o desejo de que os dois países "alcancem um acordo benéfico para ambos países e para o mundo o mais rápido possível".

Os dois chefes de Estado se mostraram unânimes em pôr em andamento os acordos alcançados no último dia 1º, em Buenos Aires, durante a cúpula do G-20, que preveem uma trégua de 90 dias para negociação em meio à guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Desde o "cessar-fogo", a China adotou várias medidas de boa vontade como a redução de taxas sobre veículos importados dos EUA, o reinício da compra de soja americana e a apresentação de um projeto de lei para proibir a transferência forçada de tecnologia.

Por sua vez, Trump suspendeu de maneira temporária o aumento de 10% para 25% das sobretaxas a US$ 200 bilhões em produtos chineses, mas alertou que manterá o plano se não for fechado um acordo comercial em até 90 dias.

No entanto, as negociações podem ser dificultadas pelo conflito diplomático gerado com a prisão de Meng Wanzhou, diretora financeira da gigante chinesa do setor de tecnologia Huawei. Ela foi detida no Canadá, a pedido dos Estados Unidos, e acusada de violar as sanções econômicas impostas pelo governo americano ao Irã. EFE