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Cuba responde críticas dos EUA a referendo com ironia sobre votação de Trump

26/02/2019 20h57

Havana, 26 fev (EFE).- O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, respondeu nesta terça-feira com ironia as críticas dos Estados Unidos sobre o "caráter antidemocrático" do recente referendo para aprovar a nova Constituição da ilha.

"O povo cubano, livre e soberano, ratificou a Constituição com 87% dos votos. O presidente Donald Trump foi eleito com 46% dos votos, 3 milhões a menos do que Hillary Clinton", escreveu o chefe da diplomacia cubana em mensagem divulgada no Twitter.

A ironia refere-se ao fato de Hillary ter obtido 2,8 milhões de votos a mais do que Trump nas eleições presidenciais americanas de 2016. No entanto, o republicano levou a melhor na distribuição da votação pelos estados, conquistando um maior número de delegados que a adversária para vencer a corrida pela Casa Branca.

A resposta cubana veio pouco depois de o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ter criticado o referendo em um comunicado. Pompeo chamou o processo de "teatro político", que só serviria de "pretexto" para "perpetuar a ditadura de partido único".

O chanceler cubano acusou Pompeo de "caluniar" Cuba para desviar a atenção do "fracasso americano" na Venezuela, onde Nicolás Maduro, aliado do governo da ilha, segue no poder.

Em um segundo tweet, Rodríguez criticou os Estados Unidos por intervirem nas eleições de outros países.

"O presidente Donald Trump poderia submeter a referendo a proibição de viajar para Cuba que impõe a seus cidadãos", sugeriu o chanceler, adotando um tom irônico pouco comum.

Os cubanos aprovaram no domingo, com 86,85% dos votos, a nova Constituição do país, que reconhece a propriedade privada e considera necessária a entrada de investimento estrangeiro no país. No entanto, no plano político, o Partido Comunista de Cuba segue como o único partido autorizado a existir na ilha. EFE