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Pentágono reconhece que não existe "ameaça militar" na fronteira com México

26/02/2019 16h06

Washington, 26 fev (EFE).- O general da força aérea e responsável pelo Comando Norte das Forças Armadas dos Estados Unidos, Terrence O'Shaughnessy, reconheceu nesta terça-feira que não existe uma "ameaça militar" na fronteira com o México, apesar de o presidente Donald Trump alegar que a chegada de imigrantes representa uma invasão.

"Não existe uma ameaça militar", declarou O'Shaughnessy durante um comparecimento diante da Comissão de Serviços Armados do Senado.

Trump costuma falar da existência de uma crise na fronteira e utiliza o argumento de que há "uma invasão" de criminosos e drogas para defender a ampliação do muro na divisa com o México.

Apesar das suas declarações, O'Shaughnessy assinalou que a falta de uma ameaça militar não significa que a intervenção do Departamento de Defesa não seja necessária.

"É um detalhe ligeiramente diferente", disse o general diante das perguntas do senador democrata Jack Reed.

Atualmente, o Departamento de Defesa tem cerca de 5 mil militares mobilizados na fronteira sul dos EUA, dos quais 2.100 são reservistas, em apoio ao Escritório de Alfândega e Proteção Fronteiriça (CBP, na sigla em inglês).

O'Shaughnessy explicou que passou "bastante tempo" nos últimos cinco meses na região para avaliar a situação, e que a sua impressão é que os agentes fronteiriços coincidem "quase que universalmente" na necessidade de reforçar a segurança.

No dia 15 de fevereiro, Trump assinou uma declaração de emergência nacional para transferir cerca de US$ 6,6 milhões procedentes dos departamentos de Defesa e do Tesouro para a ampliação do muro fronteiriço.

Interrogado sobre se realmente existe uma emergência nacional que justifique o desvio desses recursos, o general se mostrou evasivo: "Cabe ao Departamento de Segurança Nacional estabelecer uma descrição específica desta ameaça", afirmou o militar.

Esses recursos, segundo explicaram fontes do Pentágono na semana passada, só poderão ser utilizados para levantar cercas, instalar luzes e construir estradas na fronteira.

"Para mim está bastante claro que a CBP valoriza muito a segurança fronteiriça e agradeceria a existência de algum tipo de barreira, seja um muro ou uma cerca", afirmou O'Shaughnessy. EFE