Líderes do Congresso chileno rejeitam convite para almoço com Bolsonaro
Os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados do Chile, Jaime Quintana e Iván Flores, respectivamente, anunciaram hoje que não participarão do almoço que será oferecido pelo governo chileno ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL), que fará uma visita oficial ao país no sábado (23).
Quintana, do Partido pela Democracia e que assumiu o comando do Senado na semana passada, afirmou que participará nesta quinta-feira (21) dos atos envolvendo a visita do presidente da Colômbia, Iván Duque, mas, que não estará em nenhum evento da programação de Bolsonaro em solo chileno.
"Não estarei sábado em La Moneda, por convicção política e também porque tenho uma agenda regional já confirmada", disse Quintana, em entrevista publicada no site do jornal "La Tercera".
Recentemente eleito presidente da Câmara dos Deputados, o democrata-cristão Flores também decidiu não comparecer ao almoço organizado pelo governo de Sebastián Piñera para homenagem Bolsonaro. A decisão de ambos os líderes levou a uma forte discussão no plenário do Senado chileno.
Bolsonaro e Duque participarão, na sexta-feira (22), em Santiago, de uma cúpula presidencial, para abordar a criação de um novo mecanismo de integração na América do Sul, denominado Prosul. Ambos, além disso, aproveitarão a ocasião para fazer um encontro oficial.
Críticas à visita de Bolsonaro
A visita de Bolsonaro gerou muitas críticas da oposição ao governo de Pinera e de organização em defesa de minorias, que rejeitam as posições conservadoras do governante brasileiro.
O socialista Alfonso de Urresti, vice-presidente do Senado, também recusou o convite para participar da recepção a Bolsonaro, na sede do governo, e ainda destacou que o presidente do Brasil é um "perigo para a democracia".
É um ultradireitista, que pode provocar muito dano. Meu gesto de desagravo é a Bolsonaro, e não ao povo brasileiro
Alfonso de Urresti, vice-presidente do Senado do Chile
O deputado Vlado Mirosevic, da Frente Ampla, de esquerda, também não aceitou o convite do governo do Chile e afirmou que o presidente do Brasil é um líder "perigoso para os valores republicanos".
"Fez da discriminação e do ódio a sua política. Ele representa um risco para a democracia. É um mau exemplo para o Chile", escreveu o parlamentar no Twitter. EFE
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