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EUA pedem mais pressão internacional contra "chantagem nuclear" do Irã

8.mai.2018 - Presidente dos EUA Donald Trump durante anúncio de saída do acordo nuclear com o Irã - Jonathan Ernst/Reuters
8.mai.2018 - Presidente dos EUA Donald Trump durante anúncio de saída do acordo nuclear com o Irã Imagem: Jonathan Ernst/Reuters

17/06/2019 17h56

Os Estados Unidos pediram nesta segunda-feira um aumento da pressão internacional contra a "chantagem nuclear" do Irã, depois que o governo iraniano anunciou que no final de junho excederá o limite permitido de armazenamento de urânio enriquecido sob o acordo multilateral de 2015.

"É preciso responder à chantagem nuclear do regime com um aumento da pressão internacional", disse à Agência Efe o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Garrett Marquis.

Marquis respondeu assim à advertência da Agência de Energia Atômica do Irã (AEAI) que "dentro de dez dias" suas reservas ultrapassarão os 300 quilos de urânio enriquecido.

O Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês) estipula que o Irã deve exportar seus excedentes de urânio e de água pesada quando estes superarem os 300 quilos e as 130 toneladas, respectivamente, para impedir que possa desenvolver a bomba atômica.

Este histórico acordo foi seriamente prejudicado desde que no ano passado os EUA decidiram se retirar unilateralmente do pacto e voltaram a impor sanções ao Irã, que os demais signatários (Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) não conseguiram contornar por enquanto.

Por isso, o presidente do Irã, Hassan Rohani, anunciou em maio que seu país não exportaria mais os excedentes de água pesada e urânio enriquecido e dava à outra parte um prazo de 60 dias para resolver as atuais restrições ao sistema bancário iraniano e à venda de petróleo.

Longe de expressar alarde pelo possível colapso do acordo nuclear do Irã, a Casa Branca aproveitou hoje para criticar o pacto assinado em 2015.

"Os planos de enriquecimento do Irã só são possíveis porque o horrível acordo nuclear deixou intacta sua capacidade (atômica). O presidente (dos EUA, Donald) Trump deixou claro que nunca permitirá que o Irã desenvolva armas nucleares", afirmou Marquis.

Trump, por sua vez, escreveu hoje no Twitter o que parecia ser uma manchete de jornal sobre o anúncio iraniano, sem acrescentar nenhum comentário: "O Irã desafiará os limites em suas reservas de urânio".

A tensão entre EUA e Irã aumentou desde que Washington anunciou em abril o fim das isenções à compra do petróleo iraniano e continuou com a designação como terroristas dos Guardiães da Revolução e o aumento da presença militar americana no Oriente Médio.

Esses atritos se intensificaram nos últimos dias após os ataques a dois navios petroleiros no Golfo Pérsico, pelos quais o governo americano acusou o Irã, que, por sua vez, responsabilizou os EUA e seus aliados na região.