Jornais egípcios mantêm silêncio sobre morte do ex-presidente Mohamed Mursi
Os principais jornais em árabe fizeram silêncio ou apresentaram uma cobertura muito discreta em suas edições impressas desta terça-feira sobre a morte do ex-presidente do Egito, Mohammed Mursi, o primeiro eleito democraticamente nas urnas e líder do grupo islamita Irmandade Muçulmana, considerado agora "terrorista" no país.
Nenhum dos meios de comunicação governistas estampou na capa a notícia da morte do ex-presidente em um tribunal do Cairo ontem durante uma audiência de seu julgamento por espionagem, em um dos tantos processos que respondia desde que foi derrubado do poder em 2013.
Só o principal jornal privado, o "Al-Masry Al-Youm", destacou na primeira página a morte de Mursi, a quem nomeava como "ex-presidente", ao contrário das informações de ontem dos veículos de imprensa oficiais, que só mencionavam seu nome completo, sem lhe dar nenhum título.
É preciso passar até a página 4 do jornal "Al-Ahram", o oficial do Egito, para ler uma nota breve sobre a morte de Mursi, a qual se limitou a reproduzir o comunicado da Procuradoria-Geral informando suas circunstâncias.
Nos portais digitais em inglês a cobertura é mais ampla, embora também não muito detalhada.
Mursi morreu ontem após seis anos detido quase em isolamento e com problemas de saúde, depois de ser derrubado no golpe de Estado militar de julho de 2013. A procuradoria anunciou ontem que foi aberta uma investigação para determinar as causas da morte.
Diferentes ONGs, como a Anistia Internacional (AI) e a Human Rights Watch (HRW), pediram uma investigação independente para esclarecer o ocorrido e as condições às quais o ex-presidente esteve exposto durante seus seis anos de confinamento na prisão.
Mursi foi hoje enterrado em um cemitério no Cairo, depois que as autoridades egípcias se recusaram a transferir seu corpo ao cemitério da família na província de Sharqiya, no norte do país, segundo disseram seus filhos.
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