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Divisão entre moderados e esquerda marca debate democrata

O senador Bernie Sanders e a senadora Elizabeth Warren durante a primeira noite de debate entre pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos EUA promovido pela CNN - Lucas Jackson/Reuters
O senador Bernie Sanders e a senadora Elizabeth Warren durante a primeira noite de debate entre pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos EUA promovido pela CNN Imagem: Lucas Jackson/Reuters

Em Washignton

31/07/2019 05h33

A divisão no Partido Democrata entre esquerdistas e moderados marcou ontem durante o debate de seus candidatos na Casa Branca, com Bernie Sanders e Elizabeth Warren impondo a receita progressiva com a qual eles pretendem derrotar Donald Trump em 2020.

Longe do confronto esperado entre Sanders e Warren, os candidatos mais populares da noite, os senadores se uniram contra um grupo de moderados muito abaixo deles nas pesquisas e liderados pelo ex-deputado John Delaney.

"Não entendo por que alguém se incomoda em se apresentar ao presidente dos Estados Unidos para falar sobre o que não podemos fazer e sobre o que não devemos lutar", disse Warren sobre seus companheiros democratas moderados, a quem chegou acusar de usar argumentos dos republicanos.

"Estou um pouco cansado dos democratas com medo de grandes ideias, os republicanos não têm medo de grandes ideias", disse Sanders, lembrando o grande corte de impostos de Trump.

O debate, que ocorreu em Detroit (Michigan) e foi articulado pela rede de televisão CNN, inicialmente girava em torno do sistema de saúde, onde Sanders e Warren foram os únicos a defender um modelo totalmente público conhecido como "Medicare for all", que contempla a supressão de seguradoras privadas.

Bernie Sanders defendeu a saúde como um "direito humano", prometendo que terão acesso de forma gratuita não apenas todos os americanos, mas também os imigrantes irregulares caso chegue à Casa Branca.

Nesse ponto, o congressista Tim Ryan juntou forças com Delaney e defendeu que os imigrantes ilegais paguem pela sua saúde.

O confronto no campo da saúde foi reproduzido, embora com menos tensão, com a migração, onde todos concordaram em apontar Trump como o inimigo comum.

Durante o debate, que durou duas horas e meia, os candidatos também abordaram questões como regulamentação de armas, dívida estudantil, impostos sobre a riqueza, a crise climática e, em menor grau, a política externa.

Além de Sanders, Warren, Delaney e Ryan, participaram do debate o prefeito de South Bend (Indiana), Pete Buttigieg, o ex-governador de Colorado, John Hickenlooper, a senadora Amy Klobuchar, o ex-congressista Beto O'Rourke, a escritora Marianne Williamson e o governador de Montana, Steve Bullock.

Nesta quarta, outros dez candidatos participarão da segunda parte do debate, centrado em outros grandes favoritos, a senadora Kamala Harris e o ex-vice-presidente Joe Biden.