Campos Neto diz que pior fluxo de dividendos explica alta do dólar
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarou, na sua última entrevista antes de entregar o comando para Gabriel Galípolo, que esse é um dos piores fluxos de dividendos da história e um dos fatores que explicam a alta do dólar.
A coluna havia antecipado que o discurso seria esse, conforme informações que circulavam no mercado. Campos Neto mostrou por que esse fator está impactando na forte desvalorização do real.
"Entendemos que começou a ter, através do que a gente vinha levantando com o mercado, uma saída maior, uma saída atípica no fim do ano. A parte de dividendos estava acima da média, e o fluxo financeiro estava bastante negativo, apontando para ser um dos piores anos da história", comentou. A fala ocorreu durante a coletiva do relatório de inflação, com Galípolo ao seu lado.
O presidente do BC reforçou que a instituição não segurará nenhum nível de câmbio. "O Banco Central deve agir no câmbio quando entende que tem alguma disfuncionalidade no fluxo por alguma operação pontual, saída extraordinária ou fator de mercado", disse Campos Neto.
Conforme a coluna revelou, o BC não está travando uma queda de braço com o mercado tentando segurar o dólar. Os leilões de moeda estrangeira do banco têm sido feitos para evitar uma disfuncionalidade no mercado e evitar oscilações ainda mais abruptas.
Está saindo mais dinheiro que o previsto, porque os donos de empresas se assustaram com o anúncio de que o governo incluiria no pacote fiscal a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).
O raciocínio deles é que, para pagar a conta, a equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai tentar taxar os "super-ricos" tributando dividendos a partir de 2025.
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