Irã possui quase 70kg a mais de urânio do que o limite estabelecido em acordo
A República Islâmica do Irã informou hoje que já superou entre 60 e 70 quilogramas o limite da reserva de 300 quilogramas de urânio enriquecido estabelecido no histórico acordo nuclear de 2015.
O porta-voz da Agência de Energia Atômica do Irã (AEAI), Behruz Kamalvandi, disse em cerimônia na usina nuclear de Fordow que "atualmente a quantidade do urânio enriquecido do Irã é de entre 360 e 370 quilogramas".
"Agora, produzimos com uma boa capacidade e esta quantidade aumenta com rapidez", acrescentou o porta-voz, segundo a agência oficial "IRNA".
A AEAI anunciou no começo de julho que tinha superado os 300 quilos de reservas de urânio permitido no pacto e que tinha começado a enriquecer urânio a 4,5%, quando o limite estipulado é de 3,67%.
Segundo o acordo de 2015, do qual os EUA se retiraram em 2018, o Irã deve limitar seu programa nuclear para não poder desenvolver a curto prazo uma bomba atômica, em troca de alívios econômicos e comerciais, que agora foram suspensos pelas sanções americanas.
Devido às sanções e à incapacidade dos outros signatários (Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) resistir a elas, Teerã anunciou em maio que deixaria de cumprir alguns compromissos do acordo, como o limite de armazenamento de urânio e também de água pesada.
Com relação à água pesada, cujas reservas estão limitadas pelo acordo a 130 toneladas, Kamalvandi explicou que o Irã não tem armazenadas grandes quantidades, mas que poderia superar esse umbral porque já não é regido por esse compromisso.
"Atualmente não exportamos só água pesada, mas também outros produtos como deutério e oxigênio 18", o que mostra que "o Irã poderia ser um exportador de produtos de alta tecnologia", acrescentou.
As autoridades iranianas devem deixar de cumprir com outros compromissos nucleares em setembro, salvo que a outra parte garanta suas exportações petrolíferas e transações bancárias.
O chefe da AEAI, Ali Akbar Salehi, não quis detalhar as medidas que serão tomadas em setembro na chamada terceira fase de redução de compromissos nucleares e antecipou que consultará o líder supremo, Ali Khamenei.
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