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Duque diz que dissidentes das Farc formam quadrilha apoiada por Maduro

Presidente da Colômbia, Iván Duque - Luisa Gonzalez/Reuters
Presidente da Colômbia, Iván Duque Imagem: Luisa Gonzalez/Reuters

Em Bogotá

29/08/2019 17h35

O presidente da Colômbia, Iván Duque, afirmou hoje que a decisão de retomar a luta armada anunciada por dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) não representa o surgimento de uma nova guerrilha no país, mas sim de uma quadrilha apoiada pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

"Os colombianos devem ter clareza que não estamos diante do nascimento de uma nova guerrilha, mas sim frente a uma ameaça criminosa de uma quadrilha de narcoterroristas que conta com o abrigo e o apoio da ditadura de Nicolás Maduro", disse Duque em discurso.

Mais cedo, Iván Márquez, um dos chefes da negociação do acordo de paz assinado pelas Farc e o governo da Colômbia em novembro de 2016, disse em vídeo que retomaria a luta armada no país. Ele estava acompanhado de outros importantes ex-líderes da guerrilha, como Jesus Santrich e Hernán Dario Velásquez, mais conhecido como "El Paisa".

No primeiro pronunciamento depois do anúncio dos dissidentes, Duque afirmou que conversou com Juan Guiadó, reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, para pedir apoio para capturar os dissidentes das Farc.

"Conversei com o presidente legítimo da Venezuela, Juan Guiadó, pedindo seu apoio e o apoio à Justiça colombiana para a captura deste grupo criminoso patrocinado pela ditadura de Maduro", disse Duque no discurso.

O presidente da Colômbia também pediu que a comunidade internacional fique ao lado do povo colombiano e rejeite de forma inequívoca as ameaças feitas por Márquez e seus companheiros, chamados por ele de "terroristas".

"Nenhum país pode abrigá-los, por isso avançaremos na expedição de alertas vermelhos da Interpol para os dissidentes. (...) Esse grupo de delinquentes pretende zombar do povo colombiano e nós não vamos permitir isso", afirmou Duque.

No discurso, Duque afirmou que conversou com a presidente da Justiça Especial para a Paz (JEP), Patricia Linares, e destacou a ela a "urgente necessidade" de retirar os dissidentes da jurisdição do tribunal, criado a partir do acordo firmado entre as Farc e o governo.

Além disso, o presidente colombiano disse esperar que a Força Alternativa Revolucionária do Comum, partido político criado após a extinção da guerrilha, expulse de forma imediata todos os que aparecem no vídeo divulgado na manhã desta quinta-feira.

"Nossa mensagem é clara: aqueles que optaram pelo caminho da legalidade sob os princípios da verdade, da justiça, da reparação e da não repetição, seguirão contando com o compromisso do Estado. Os que escolherem a rota da criminalidade sentirão todo o peso da lei", concluiu Duque.