Confrontos deixam 30 mortos em Bangui, capital da República Centro-Africana
Bangui, 26 dez (EFE).- Pelo menos 30 pessoas morreram por conta de violentos confrontos armados que vêm ocorrendo desde quarta-feira em Bangui, capital da República Centro-Africana (RCA), informaram hoje as autoridades locais à Agência EFE.
Os confrontos acontecem entre a milícia e comerciantes armados do distrito PK5 de Bangui, controlado por um grupo rebelde que se autoproclamou defensor da região, e de quem as forças da Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (Minusca) já confiscaram armas, munições e drogas.
Entre os mortos estavam 18 combatentes e 12 civis, de acordo com números provisórios dados à EFE por Mamadou Dangabo, chefe da missão para a resolução de conflitos comunitários no Parlamento centro-africano e morador do PK5.
Já a ONG Médicos Sem Fronteiras afirmam que são cerca de 50 feridos na região.
O PK5 é um enclave da comunidade muçulmana em Bangui, uma cidade de grande maioria cristã, conhecida por suas atividades comerciais e que geralmente é palco de confrontos violentos.
Os incidentes começaram após uma disputa entre um comerciante e um membro do grupo rebelde, assustando os moradores locais na noite de Natal, fazendo com que muitos ficassem trancados dentro de suas casas durante as 24 horas de tensão.
A ausência das autoridades estatal nesta região da capital da África Central, a cobrança ilegal de impostos por grupos paramilitares, que impõem aos comerciantes em troca de garantia de segurança para suas lojas e mercadorias, muitas vezes leva ao conflito armado.
País com cerca de 4,6 milhões de habitantes, a República Centro-Africana vem atravessando um complicado processo de transição desde que os antigos rebeldes de Seleka tiraram, em 2013, o presidente François Bozize do poder.
Isso acabou esencadeando uma onda de violência sectária entre muçulmanos e cristãos que deixou milhares de mortos e forçou a saída de aproximadamente um milhão de pessoas de suas casas.
A eleição de Faustin Archange Touadéra como novo presidente em fevereiro de 2016 foi para abrir uma nova etapa para a República Centro-Africana. No entanto, ainda tem muitos problemas para controlar os grupos rebeldes.
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