Putin e Erdogan se dizem preocupados por tensão entre Irã e EUA
Os presidentes da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e da Rússia, Vladimir Putin, manifestaram hoje a sua preocupação pela crescente tensão entre os Estados Unidos e o Irã, horas depois de um ataque a mísseis a duas bases usadas pelos americanos no Iraque.
"Estamos profundamente preocupados com a escalada da tensão entre os Estados Unidos e o Irã", disseram os dois chefes de governo em uma declaração conjunta após uma reunião em Istambul.
Ambos os líderes afirmaram que o assassinato do general iraniano Qassim Suleimani pelos EUA mina a segurança e a estabilidade na região.
Durante a inauguração de um gasoduto que fornecerá gás russo à Turquia, feita nesta quarta, Erdogan e Putin realizaram uma reunião bilateral para discutir a situação no Irã, na Síria e na Líbia.
Ambos os líderes criticaram a escalada de tensão entre Washington e Teerã, que culminou com um ataque iraniano a duas bases militares americanas no Iraque em resposta ao assassinato de Suleimani, ocorrido na última sexta (3) nos arredores do aeroporto de Bagdá.
"A troca de ataques e o uso da força por qualquer parte não contribuem para encontrar soluções. Ao contrário, isso levaria a um novo ciclo de instabilidade e eventualmente prejudicaria os interesses de todos", alertaram.
A declaração conjunta também expressa o compromisso dos dois países de reduzir as tensões existentes na região, como Erdogan expressou durante o seu discurso em Istambul com Putin.
"Ninguém tem o direito de atear fogo à região. Não deixaremos que, como um país que fala a todos os lados, nossa região se afogue em sangue e lágrimas. Vamos trabalhar com a Rússia nisso", destacou o presidente turco.
O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavusoglu, deve viajar amanhã para Bagdá para trabalhar no alívio das tensões entre o Irã e os EUA.
Ambos os presidentes também emitiram um comunicado para falar sobre a Líbia, que vive uma guerra civil em que apoiam lados diferentes. Os dois pediram um cessar-fogo que deverá entrar em vigor a partir de domingo.
"Decidimos tomar a iniciativa e, como intermediários, apelamos a todos os lados na Líbia para que terminem os combates à 0h do dia 12 de janeiro, para declarar um cessar-fogo sustentável, com as medidas necessárias para estabilizar a situação no terreno e normalizar a vida cotidiana em Trípoli e outras cidades", diz a nota conjunta.
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