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ONU teme que grupos criminosos do Haiti dificultem chegada de ajuda ao país

Danos são vistos em uma área depois que um grande terremoto atingiu o sudoeste do Haiti, em Jeremie, Haiti - TWITTER @JCOMHaiti/via REUTERS
Danos são vistos em uma área depois que um grande terremoto atingiu o sudoeste do Haiti, em Jeremie, Haiti Imagem: TWITTER @JCOMHaiti/via REUTERS

16/08/2021 16h41Atualizada em 16/08/2021 16h58

A ONU teme que a presença de grupos criminosos ao longo e em torno da principal rodovia que liga a capital do Haiti, Porto Príncipe, à região sudoeste do país afetado pelo terremoto do último sábado, prejudique o trânsito de ajuda humanitária de fontes nacionais e internacionais.

"Pedimos a todos os atores armados nessas áreas que garantam que as organizações humanitárias tenham acesso irrestrito para entregar com segurança a ajuda e os serviços necessários aos sobreviventes", disse a diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Henrietta Fore.

As avaliações iniciais das agências da ONU presentes no país indicam que as necessidades são extremas nas áreas relativamente remotas que foram afetadas pelo terremoto, principalmente em termos de cuidados médicos e acesso à água potável, serviços em que o Unicef está envolvido para que possam retomar o mais rápido possível.

O Unicef também chamou a atenção para as crianças que perderam ou foram separadas dos pais em meio ao caos causado pelo terremoto.

O número de mortos causados pelo desastre natural é de cerca de 1,3 mil, mais de 5 mil feridos e 30 mil famílias afetadas, principalmente na cidade de Les Cayes, com 100 mil habitantes e centro urbano mais próximo ao epicentro do terremoto.

A ONG suíça Handicap International, uma das vencedoras do Prêmio Nobel da Paz em 1997, lembrou que as pessoas com deficiência, assim como as crianças e os idosos, são os mais vulneráveis em situações como as do Haiti.

Funcionários da ONG no Haiti relataram que os hospitais nas áreas próximas a Les Cayes estão sobrecarregados com o número de feridos e que há risco de infecções devido à falta de equipamentos e profissionais da saúde, que são muito raros no país mais pobre do continente americano.

Em território haitiano, Sibille Bühlmann, da Handicap International, disse que a reabilitação será essencial para os feridos, que se submetam ou não a cirurgia, sob a consequência de ficarem incapacitados.

A abordagem desta questão será de grande importância, uma vez que a grande maioria dos haitianos realiza trabalho manual e sua mobilidade física é fundamental para a geração de renda.

O governo do Haiti, liderado pelo primeiro-ministro Ariel Henry desde o assassinato do presidente Jovenel Moise em julho, declarou estado de emergência por um mês e solicitou assistência humanitária internacional.