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Reino Unido alerta para "descendente" mais contagiosa da variante delta

Variante delta já é duas vezes mais contagiosa que o Sars-CoV-2 original - iStock
Variante delta já é duas vezes mais contagiosa que o Sars-CoV-2 original Imagem: iStock

19/10/2021 18h32

Londres, 19 out (EFE).- O governo do Reino Unido confirmou nesta terça-feira que "acompanha muito de perto" o surgimento de uma "descendente" da variante delta do novo coronavírus, que pode ser entre 10% e 15% mais contagiosa, lembrando que a delta já é duas vezes mais contagiosa que o Sars-CoV-2 original.

Em entrevista ao jornal "Financial Times", os especialistas a chamaram essa "descendente" de AY.4.2 e advertiram que sua frequência aumentou no Reino Unido, onde pode ser responsável por 10% dos casos de covid-19 no momento.

A prevalência da AY.4.2 tem aumentado rapidamente, mas não tanto como a primeiro delta, depois de ter se expandido da Índia para o território britânico no início do ano.

Esta "nova linhagem do Sars-CoV-2" é "descendente" da variante delta (B.1.167.2) e "tem duas mutações características" na proteína S, "Y145H" e "A222V", o que pode oferecer vantagens de sobrevivência ao vírus, disse ao "Science Media Centre" François Balloux, um dos dois especialistas citados pelo "Financial Times".

Se os testes preliminares forem confirmados, AY.4.2 pode se tornar a variante mais infecciosa do coronavírus desde o início da pandemia, disse Balloux, diretor do Instituto de Genética do University College London.

"Mas temos de ser cautelosos nesta fase. O Reino Unido é o único país onde se desenvolveu desta maneira e eu ainda não excluiria que o seu crescimento se deva a um acontecimento demográfico fortuito", comentou.

Contudo, é "provável" que a Organização Mundial da Saúde (OMS) a classifique como uma "variante sob investigação", o que lhe atribuiria uma letra do alfabeto grego, disse Balloux, que pediu para não haver pânico, pois mesmo que seja "ligeiramente mais transmissível", não será "tão desastrosa como o que já experimentamos anteriormente". EFE