"Ex-chanceler" das Farc, Rodrigo Granda é preso no México
Um dos mais importantes ex-líderes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Rodrigo Granda, foi preso nesta terça-feira ao desembarcar no aeroporto internacional da Cidade do México, confirmaram fontes oficiais à Agência Efe.
Granda, que tinha o codinome "Ricardo Téllez" quando era guerrilheiro, era conhecido como o "chanceler" da guerrilha colombiana durante seu tempo na organização.
Ele viajou ao México a convite do Partido dos Trabalhadores do país para participar do seminário internacional "Os partidos e uma nova sociedade", a ser realizado nos dias 21, 22 e 23 de outubro, e representaria o Partido Comunes, da Colômbia, junto com Rodrigo Londoño, que foi o principal líder das Farc entre 2011 e 2017.
"Um dos tópicos a serem discutidos (no seminário) é o processo de paz na Colômbia. O partido nomeou uma delegação na qual estou incluído, e também Granda. Fizemos todos os trâmites junto à JEP (Jurisdição Especial de Paz) como participantes e recebemos as autorizações de viagem", disse Londoño em um vídeo postado no México e divulgado no Twitter.
"Hoje chegamos à Cidade do México ao meio-dia, e esta é a hora, 20h15 horas (22h15 de terça-feira em Brasília) em que Rodrigo Granda não pôde entrar na Cidade do México. Eu realmente não sei o que aconteceu, não quero presumir coisas ou especular. Chamei a comunidade internacional para estar ciente da segurança e do status de Rodrigo Granda", acrescentou.
O senador Carlos Antonio Lozada, do Partido Comunes, escreveu nesta terça-feira no Twitter que Granda, de 72 anos, tinha sido preso no México.
"Urgente, Rodrigo Granda foi detido no México, embora tenha deixado o país (Colômbia) com autorização da JEP (Jurisdição Especial para a Paz). Fomos informados de que o governo de @IvanDuque pediu à Interpol que ativasse um aviso vermelho enquanto ele viajava para o México, em clara violação do acordo de paz (entre o governo e as Farc) que eles querem rasgar em pedaços", disse Lozada.
A JEP é um tribunal criado para julgar crimes cometidos durante o conflito armado na Colômbia e nasceu do histórico acordo de paz assinado em 2016 entre o governo do então presidente Juan Manuel Santos e a guerrilha. EFE
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