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Bill Gates foi advertido sobre e-mails impróprios a funcionária, diz jornal

O empresário e filantropo Bill Gates - TED/Divulgação
O empresário e filantropo Bill Gates Imagem: TED/Divulgação

Colaboração para o UOL

20/10/2021 05h42

Dois executivos do alto escalão da Microsoft pediram ao cofundador da big tech, Bill Gates, para que parasse de enviar e-mails considerados "inapropriados" para uma funcionária, quando o empresário, à época casado com Melinda Gates, era o principal conselheiro da companhia. A informação é do jornal Wall Street Journal.

Segundo a reportagem, o filantropo norte-americano teria —por pouco mais de um ano— tentado marcar encontros com sua subordinada fora do local e do horário de trabalho. De acordo com o WSJ, em 2008, ao tomar conhecimento dos e-mails —enviados desde 2007— o então conselheiro-geral da empresa Brad Smith e a então chefe de RH Lisa Brummel disseram, num encontro com Gates, que aquele comportamento era impróprio e precisava ser interrompido.

A reportagem relata que o conselho da Microsoft decidiu não tomar nenhuma medida adicional contra Gates na época, pois foi descoberto que não havia ocorrido contato físico entre o bilionário e a funcionária. "Os e-mails não eram abertamente sexuais, mas foram considerados inadequados", cita a reportagem.

As revelações vêm poucos meses depois que Melinda Gates pediu o divórcio do bilionário. O ex-casal se reencontrou no último fim de semana no casamento de sua filha Jennifer com o equestre egípcio Nayel Nassar.

Atualmente em processo de divórcio de Melinda Gates, com quem foi casado por quase 27 anos, Gates corre o risco de perder metade de sua fortuna de US$ 132,7 bilhões (R$ 733,8 bilhões) para a ex-mulher.

Bill Gates foi funcionário em tempo integral na Microsoft até 2008 e atuou como presidente do conselho até 2014. Ele trabalhou no conselho da Microsoft desde a fundação da empresa até renunciar ao cargo em março de 2020.

No início deste ano, o WSJ já havia noticiado que membros do conselho da big tech afirmavam que Gates deveria renunciar ao cargo de liderança na Microsoft depois que uma mulher escreveu para a empresa em 2019 alegando ter tido um caso extraconjugal de cerca de 20 anos com ele.

Relação com Jeffrey Epstein

No início deste ano, Bill Gates também admitiu que foi "um grande erro" sua proximidade com o bilionário Jeffrey Epstein, encontrado morto em sua cela, numa prisão de Nova York (EUA), antes de seu julgamento por acusações de tráfico sexual de crianças, em 2019.

"Foi um grande erro passar tempo com ele, dar-lhe credibilidade", disse Gates em entrevista ao jornalista Anderson Cooper, na CNN, em agosto.

Gates afirmou que se encontrava com Epstein para arrecadar dinheiro para os projetos de filantropia da Fundação Bill e Melinda Gates. "Tive vários jantares com ele com a esperança de que pudesse materializar o que disse sobre arrecadar bilhões para a filantropia para a saúde global por meio das conexões que ele tinha", disse Gates.

Epstein foi amigo de diversas celebridades ao longo dos anos, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton e o príncipe Andrew do Reino Unido, filho da rainha Elisabeth II e irmão do príncipe Charlles.

Andrew é acusado de ter abusado de uma mulher quando ela tinha 17 anos, por meio da rede de tráfico sexual de Epstein. O crime teria sido praticado de 2000 a 2002. Na ação, a denunciante afirma ter conhecido o príncipe por meio da socialite britânica Ghislaine Maxwell, ex-namorada de Jeffrey Epstein, também acusada de tráfico sexual de menores

Em 2019, o príncipe Andrew anunciou o afastamento dos deveres reais devido às repercussões de sua amizade com Jeffrey Epstein. Em comunicado, ele disse que solidarizava com as vítimas de Epstein.

Em 1998, o blog agregador de notícias Drudge Report informou que a revista Newsweek estava investigando um suposto relacionamento extraconjugal de Bill Clinton. A amante era a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky, que à época tinha 23 anos. A história havia sido negada até que a mídia tivesse, alguns dias depois, tomado conta de gravações de conversas que Monica havia tido com uma amiga sobre o caso.

Clinton estava no meio de seu segundo mandato na presidência dos Estados Unidos e, por causa do escândalo, enfrentou um processo de impeachment que quase lhe custou o posto.

À justiça, o então presidente eventualmente confessou ter mantido "relação física imprópria com a estagiária" depois que a acusação expôs que o vestido que Monica usava no dia da relação continha vestígios de sêmen.