Rússia pode considerar sanções como um ato de agressão internacional
Moscou, 8 abr (EFE).- As sanções "ilegais" contra a Rússia podem ser interpretadas como um ato de agressão internacional, advertiu nesta sexta-feira Dmitry Medvedev, vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, dizendo que Moscou tem o direito à "defesa individual e coletiva".
"Em certas circunstâncias, as sanções ilegais podem ser qualificadas como um ato de agressão internacional por alguns países ou pelas suas alianças", escreveu Medvedev, em seu canal no Telegram.
Esse seria o caso se as sanções buscassem, antes de tudo, destruir a independência econômica e a soberania do Estado, e ameaçar "a própria existência do Estado", acrescentou o político, que foi presidente da Rússia entre 2008 a 2012.
As restrições recentemente adotadas contra a Rússia são ilegais e fazem parte de uma "guerra híbrida", denunciou, pela qual representam "uma clara violação dos direitos da Federação Russa".
"Em resumo, como dizem nossos opositores, trata-se de uma declaração de guerra econômica. Neste caso, o Estado que sofreu a agressão, ou seja, a Rússia, tem direito à defesa individual e coletiva no âmbito da legislação nacional e o direito internacional", disse.
Medvedev advertiu: "Que ninguém duvide de que a Rússia usará esse direito nas formas e margens que considerar apropriadas".
Ele insistiu que as sanções adotadas fora do artigo 41 da ONU são, na realidade, "represálias" não reconhecidas pelo direito internacional.
O ex-presidente russo previu que as sanções, sem precedentes "por sua magnitude e cinismo", causarão "o colapso de todas as instituições internacionais, incluindo, em primeiro lugar, a ONU".
Ele enfatizou que seu objetivo é "enfraquecer profundamente o Estado (russo) e causar descontentamento com as autoridades para que seja derrubado consequentemente".
"O resultado dessa pressão habitualmente é o contrário: ocorre a consolidação da sociedade civil em torno do poder e o atual regime político se fortalece", comentou.
Ele advertiu que os russos vão concentrar suas "emoções negativas" contra os países que introduziram as sanções, que verão como "inimigos da Rússia".
"As sanções ilegais, como tudo neste mundo, são temporárias e terminarão em algum momento. Seu resultado será uma ordem internacional destruída e consequências muito graves para a economia mundial e para a vida de alguns países", afirmou.
O primeiro-ministro usso, Mikhail Mishustin, estimou que foram impostas mais de 6 mil sanções ao seu país, que se encontra na situação mais complicada desde a queda da antiga União Soviética em 1991.
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