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OMS não recomenda vacinação em massa contra varíola dos macacos

Tubo de ensaio com etiqueta que indica teste positivo para a varíola do macaco - REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
Tubo de ensaio com etiqueta que indica teste positivo para a varíola do macaco Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration

27/05/2022 20h24Atualizada em 27/05/2022 20h43

Genebra (Suíça), 27 maio (EFE).- A Organização Mundial da Saúde (OMS) não considera prioridade a vacinação em nenhum país contra a varíola dos macacos, doença que teve cerca de 200 casos registrados em países não endêmicos, segundo afirmaram nesta sexta-feira especialistas da agência.

"O rastreamento de contatos, o estudo dos casos e o isolamento são, por enquanto, as principais ferramentas pra controlar a enfermidade", afirmou Rosamund Lewis, do departamento de varíola da OMS, durante sessão técnica sobre o surto, realizada dentro da assembleia anual da organização.

Mike Ryan, diretor de Emergências Sanitárias da agência, por sua vez, afirmou que, "provavelmente, cada país precisará de um pequeno contingente de vacinas, mas não em grande escala".

Sobre os grupos que poderiam ser alvo de campanhas de imunização, Lewis indicou que cada país poderia traçar as próprias diretrizes, mas que, desde 2013, há recomendação para sejam vacinados contra este vírus os funcionários de laboratórios, profissionais de saúde e de primeiros socorros.

O imunizante contra a varíola convencional, doença mais grave, contudo, erradicada desde 1978, é altamente efetiva, embora a OMS tenha admitido não ter dados sobre as doses armazenadas no planeta. Por causa disso, foi solicitado que os países divulguem informações sobre o tema.

Paralelamente, uma vacina mais moderna contra varíola dos macacos foi aprovada pelos órgãos reguladores de Estados Unidos e Canadá, embora não tenha sido submetida a estudos de classificação da OMS, explicou Lewis.

Sylvie Briand, diretora para Doenças Epidêmicas e Pandêmicas da OMS, garantiu que a agência exclui, atualmente, a possibilidade de recomendar limitações de viagens por causa do atual surto da doença.

A sessão técnica de hoje não teve apresentação de dados por país, embora tenha sido informado que Espanha, Portugal, Reino Unido, Canadá e EUA sejam os mais afetados pela propagação da doença entre os não endêmicos.

Briand explicou que a doença "não deve preocupar o público geral como as outras doenças de rápida transmissão, como a covid-19", nem deve causar ansiedade, embora tenha pedido que aumente a vigilância sanitária geral.

Segundo a diretora da OMS, a taxa de letalidade da varíola dos macacos nos países endêmicos (da África Central e da África Ocidental) varia de 3% a 6%.

"No geral, é uma doença de sintomas moderados, mas pode ser mais grave em crianças, mulheres grávidas ou pessoas com determinadas condições de saúde", disse a especialista.

Geralmente, a infecção dura de dois e quatro semanas, costumando começar com febre, dores cabeça, fadiga ou coceiras, podendo passar para erupções cutâneas, que geralmente começam no rosto e podem se propagar, disse Briand.

Como medidas preventivas, a OMS recomenda evitar o contato físico com infectados, usar máscara ao estar próximo a eles ou com suas roupas, além da limpeza e desinfecção de superfícies possivelmente contaminadas.