Cristina Kirchner recebe ameaça de morte, revela ministro argentino
O ministro de Segurança da Argentina, Aníbal Fernández, revelou à imprensa nesta terça-feira que a vice-presidente do país, Cristina Kirchner, recebeu uma ameaça de morte que está sendo investigada.
Segundo afirmou à imprensa o titular da pasta, a ex-chefe de governo - que recentemente foi alvo de uma tentativa de assassinato -, recebeu a ameaça em um telefonema que não foi feito diretamente à ela.
"É uma mensagem, mas nada deve ser minimizado, caso contrário você começa a se preocupar com o que não fez", disse Fernandez.
O titular da pasta se segurança afirmou que conversou com Kirchner por telefone ainda ontem para contá-la da ameaça.
"Ela está bem, é muito forte", garantiu Fernández.
Segundo o ministro, "imediatamente", o caso foi informado à chefia local de polícia, que avaliará a necessidade de reforço da segurança da vice-presidente e que comandará a investigação do caso.
O inquérito ficará a cargo da juíza María Eugenia Capuchetti, que já está à frente do caso do atentado do último dia 1º contra Kirchner.
O ataque ocorreu em frente à casa da vice-presidente, no bairro Recoleta, em Buenos Aires. Em meio a uma multidão que cumprimentava Kirchner do lado de fora da residência, um homem apontou uma pistola para o rosto dela, mas não houve disparo - a arma teria falhado, segundo a polícia.
Autoridades argentinas identificaram esse homem, que foi preso, como o brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos. Nascido em São Paulo, filho de uma argentina e um chileno, ele tem residência na Argentina desde a década de 1990 e já possuía antecedente criminal por portar armas não convencionais.
A namorada do acusado, Brenda Uliarte, também foi presa por suposto envolvimento com o caso.
A Argentina vive um período de alta tensão política, e Cristina Kirchner é alvo de um pedido de prisão por parte do Ministério Público no contexto de um julgamento no qual ela é acusada de corrupção na concessão de obras públicas durante seus mandatos como presidente (2007-2015).
Desde então, grupos a favor e contra a ex-presidente e atual vice têm se manifestado nas ruas de Buenos Aires.
Em pronunciamento após o atentado, Alberto Fernández afirmou que considera o atentado o "acontecimento mais grave" na Argentina desde o retorno à democracia, em 1983.
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