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Avião saudita com passageiros é alvo de tiros durante conflito no Sudão

Tripulação e passageiros a bordo foram evacuados e não sofreram ferimentos, segundo a companhia - Divulgação/Saudia
Tripulação e passageiros a bordo foram evacuados e não sofreram ferimentos, segundo a companhia Imagem: Divulgação/Saudia

15/04/2023 14h26Atualizada em 17/04/2023 09h01

Um avião da companhia Saudia foi "alvo de tiros" neste sábado (15), no Aeroporto Internacional de Cartum, no Sudão, quando se preparava para descolar para Riad. A tripulação e os passageiros a bordo foram evacuados e não sofreram ferimentos, segundo informou a aérea.

Em comunicado, a Saudia disse que a tripulação está na embaixada da Arábia Saudita no Sudão e os passageiros estão bem, ao mesmo tempo em que a empresa ordenou o retorno de todos os aviões com destino ao Sudão devido aos confrontos entre o Exército sudanês e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR).

Os tiros foram disparados contra a aeronave por volta das 7h (hora local, 2h de Brasília), duas horas antes do início dos combates entre as partes em conflito.

A esse respeito, o presidente do Conselho Soberano do Sudão e líder das Forças Armadas, general Abdel Fattah al Burhan, afirmou hoje em entrevista à emissora catariana "Al Jazeera" que "as Forças de Apoio Rápido infiltraram-se no aeroporto e queimaram algumas aeronaves", sem especificar as empresas afetadas.

A companhia aérea egípcia Egyptair também anunciou por meio de sua conta oficial no Twitter que suspenderá temporariamente seus voos para o aeroporto de Cartum, a partir de hoje e por 72 horas devido à "situação instável de segurança no Sudão".

No meio da manhã deste sábado, as FAR afirmaram controlar o aeroporto internacional de Cartum, o maior do Sudão, uma alegação que Al Burhan desmentiu.

Estes confrontos explodiram dois dias depois de o Exército ter alertado que o país atravessava uma "conjuntura perigosa" que poderia levar a um conflito armado depois que unidades das FAR "se mobilizaram" na capital Cartum e em outras cidades.

Essa mobilização ocorre em meio às negociações para chegar a um acordo político definitivo que ponha fim ao golpe de 2021 e conduza o Sudão a uma transição democrática, pacto cuja assinatura foi adiada duas vezes neste mês de abril justamente por conta das tensões entre o Exército e as FAR.