Mulher toma facada porque ouvia ‘música de macumba’ e fica cega de um olho

Esta é a versão online para a edição desta sexta-feira (17/06) da newsletter Nós Negros, que traz como destaque um episódio de racismo religioso, além de uma seleção de outros conteúdos do UOL. Para assinar esse e outros boletins e recebê-los diretamente no seu email, cadastre-se aqui. Para receber outros 10 boletins exclusivos, assine o UOL.

Devota de São Jorge, a manicure Vivian Bruna Braes, de 38 anos, passou algumas horas da tarde do dia 23 de abril, em que se celebra o santo, escutando músicas que remetiam a ele e também a Exu para pedir proteção. Ela estava no portão de sua casa, em Macaé, no norte fluminense. Mas terminou o feriado sem um olho em decorrência de um golpe de facão desferido por um vizinho que não queria ouvir "música de macumba". Um inquérito foi aberto na Polícia Civil para apurar o caso.

Religiões de matrizes africanas, como o candomblé e a umbanda, têm suas origens a partir das culturas e tradições de populações negras pelo mundo. No Rio de Janeiro, em 2021 a polícia registrou 1564 ocorrências ligadas a crimes de ódio e intolerância religiosa, um aumento de 13,3% em relação a 2020, segundo o Instituto de Segurança Pública estadual. As religiões de matrizes africanas foram as que mais sofreram ataques. Intolerância religiosa é crime e prevê pena de um mês a um ano ou multa. Se há violência, a pena é aumentada em um terço.

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NA TELA... Uma atitude da apresentadora Talitha Morete no programa "É De Casa" (TV Globo) gerou uma forte discussão nas redes sociais sobre racismo estrutural. Na ocasião, a apresentadora pediu para a convidada do programa, a doceira Silene, uma mulher negra, servir suas cocadas aos outros convidados. O pedido foi interrompido pelo apresentador Manuel Soares, que passou a servir os doces. Nas redes sociais, Talitha pediu desculpas pelo ocorrido.

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INJÚRIA RACIAL... A jogadora de futebol Dara Augusta, 19, denunciou o cirurgião Domingos Quintella de Paola, 68, por injúria racial e homofobia, alegando sofrer uma série de ataques desde que começou um relacionamento com a professora Jéssica Andrade, 25, ex-esposa do médico. A queixa foi formalizada na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, no Rio de Janeiro.

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MEMÓRIA... Gilberto Gil ganhou uma mostra digital que homenageia sua vida e obra. A iniciativa, em comemoração aos seus 80 anos, reúne materiais inéditos, mais de 41 mil imagens e documentos e 900 vídeos e gravações. Essa é a primeira vez que o acervo de um artista vivo é disponibilizado na plataforma.

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DANDO A LETRA

Bruno [Pereira] é uma pessoa chave na defesa dos direitos dos povos originários e da biodiversidade amazônica que agoniza no centro do banzeiro sob nosso olhar apático".
Cris Guterres, jornalista

Em Universa, Cris Guterres denuncia que a violência contra mulheres, crianças e ativistas avança na Amazônia há anos.

Em Notícias, Chico Alves expõe que projeto que pune quem tocar em policial durante abordagem é criticado por especialistas.

E em Splash, Aline Ramos relata que racismo no 'É de Casa' incomoda pela normalidade.

Já em VivaBem, Larissa Cassiano orienta sobre quando deve ser feita a primeira consulta ginecológica de uma mulher.

E em Ecoa, Eduardo Carvalho analisa as mortes causadas pelo Estado em Brasil-tumbeiro-parte 2.

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PEGA A VISÃO

Quando você faz o recorte LGBTQIAP+, e dentro desse recorte traz as questões de mulheres que são LGBTs e, ao mesmo tempo, PCDs, ou PCDs e negras, por exemplo, as dificuldades são outras porque você precisa, além de ter a estratégia do empreendedorismo, incluir no seu plano de negócios como lidar com uma série de estigmas que tem no Brasil".
Raquel Virgínia, CEO da Nhaí

Raquel Virgínia, mulher trans cofundadora da banda As Baías e a Cozinha Mineira e CEO da Nhaí, foi uma das participantes do segundo painel do Universa Talks 2022. Entusiasta do empreendedorismo, Raquel afirma que as mulheres LGBTQIAP+ podem propor muita inovação ao mercado, mas que ainda enfrentam muitas dificuldades para alcançar seus lugares.

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SELO PLURAL

Como efeito da diminuição da renda, dados do final de 2021 do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostram que 46% dos brasileiros excessivamente endividados são jovens entre 25 e 29 anos, e 19% de quem está endividado segue também na faixa dos 18 aos 24 anos. Parte da explicação para isso está na falta de educação financeira. No episódio #61 de Conversa de Portão, a especialista em educação financeira Mari Ferreira fala da importância de organizar as finanças para ter uma velhice tranquila.