Fitch reduz rating da OGX e ações fecham abaixo de R$1
SÃO PAULO, 14 Jun (Reuters) - A decisão da agência de classificação de risco Fitch de reduzir os ratings da OGX contribuíram para a ação da petroleira a fechar, nesta sexta-feira, abaixo de 1 real pela primeira vez desde a sua estreia na Bovespa.
A Fitch cortou os ratings da dívida da empresa em moeda estrangeira e em moeda local para "CCC", com perspectiva negativa.
"Os ratings 'CCC' da OGX refletem as preocupações da Fitch em relação à liquidez da companhia nos próximos 12 a 18 meses, dados os elevados investimentos necessários para aumentar a produção e o fluxo de caixa operacional", informou a agência em nota nesta sexta-feira.
As ações da petrolífera, que chegaram a subir 5,7 por cento na máxima intradia, inverteram a direção e passaram a cair após o anúncio, e fecharam em queda 7,62 por cento, a 0,97 real. No ano até esta sexta-feira ação acumula queda de 77,5 por cento.
Na quinta-feira, diante da persistente desconfiança do mercado com as perspectivas para a companhia, as ações da OGX já tinham sido negociadas abaixo de 1 real no pregão da Bovespa, no menor nível intradiário desde a listagem da petrolífera na bolsa, em 2008, mas se recuperaram das mínimas.
A Fitch informou que o rebaixamento da OGX reflete ainda a crescente incerteza sobre a capacidade de Eike Batista, controlador da petrolífera, honrar compromisso de aportar 1 bilhão de dólares na empresa.
"Em face das necessidades de recursos da OGX para financiar seu programa de investimentos, vital para o aumento de produção, uma inadimplência por parte de Eike Batista em relação à opção de venda pode apertar ainda mais a liquidez da companhia."
A agência lembrou que, no início da semana, a OGX anunciou que seu acionista controlador reduziu sua participação na companhia para 58,92 por cento por intermédio de venda de 2,17 por cento das ações da OGX, em maio. "Embora essa venda seja simbólica, ela aumenta a preocupação com o compromisso de Eike Batista em relação à companhia."
Na noite anterior, Eike Batista disse em nota que não pretende vender mais papeis da OGX em bolsa, tentando acalmar os investidores. O empresário disse também que o grupo EBX concluiu a reestruturação de sua dívida de curto prazo.
Essa foi a segunda vez em menos de um mês que a Fitch rebaixou a OGX.
Em 17 de maio, a agência havia reduzido os IDRs (Issuer Default Ratings) relativos à Probabilidade de Inadimplência do Emissor em moeda estrangeira e local da petroleira para B-.
A classificação atual ("CCC") é a mesma que a Grécia chegou a ter diante das preocupações com o endividamento do país, e indica títulos de elevado risco de inadimplência.
A Fitch colocou o rating da empresa em perspectiva negativa e alertou que poderão cair ainda mais.
"Os ratings da OGX serão rebaixados se seus riscos de liquidez continuarem aumentando e/ou se ela encontrar novos problemas com relação à execução do seu plano de exploração e desenvolvimento", afirmou.
Na escala de classificação, a Fitch ainda tem "CC", "C", "RD" e "D" como notas piores que "CCC".
(Reportagem Fabíola Gomes e Roberto Samora)
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