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Um ano após reunião histórica, Trump e Kim vivem impasse diplomático apesar de "carta linda"

11.jun.2018 - Donald Trump acena para jornalistas ao se encontrar com Kim Jong-un no início da histórica cúpula EUA-Coreia do Norte realizada no hotel Capella, na ilha de Sentosa, em Singapura - Saul Loeb/AFP
11.jun.2018 - Donald Trump acena para jornalistas ao se encontrar com Kim Jong-un no início da histórica cúpula EUA-Coreia do Norte realizada no hotel Capella, na ilha de Sentosa, em Singapura Imagem: Saul Loeb/AFP

Por Josh Smith

Em Seul

12/06/2019 10h21

Um ano depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, se encontrarem pela primeira vez, ambos parecem ligados por um laço pessoal sobre o qual parece se depositar a esperança de paz, apesar de um impasse nos esforços para convencer Kim a abdicar das armas nucleares.

Na primeira cúpula EUA-Coreia do Norte, realizada em Cingapura, Trump e Kim concordaram em trabalhar pela desnuclearização completa da península coreana, apaziguando os temores de uma guerra entre os dois países.

Mas houve pouco avanço desde então, e a tensão voltou a subir recentemente quando Pyongyang retomou testes limitados de armas e alertou para "consequências verdadeiramente indesejadas" caso os EUA não sejam mais flexíveis.

Mas ontem Trump disse ter recebido uma "carta linda" de Kim.

"Não posso lhes mostrar a carta, obviamente, mas foi uma carta muito pessoal, muito calorosa, muito simpática", disse ele a repórteres diante da Casa Branca.

Trump, que vem tentando converter o que sente ser um relacionamento pessoal caloroso com Kim em um avanço diplomático, não deu detalhes, mas repetiu acreditar que a Coreia do Norte tem um "potencial tremendo".

"Acho que vai acontecer algo que será muito positivo", disse. A mídia estatal norte-coreana não mencionou nenhuma carta.

O otimismo criado pelos dois líderes em Cingapura praticamente se evaporou em fevereiro, quando uma segunda cúpula, esta no Vietnã, terminou abruptamente sem sequer a confirmação dos objetivos gerais delineados em um comunicado assinado em Cingapura.

Desde então, Pyongyang se queixou de sanções dos EUA e Kim disse que esperará até o final do ano antes de decidir se toma um "novo rumo".

Os dois lados disseram estar abertos a conversas, mas que o outro lado precisa mudar sua diretriz.

Washington diz que a Coreia do Norte precisa demonstrar progressos que apontem para o abandono de suas armas nucleares antes de qualquer sanção ser suspensa, e esta diz que os EUA não fizeram nada para recompensar as medidas já adotadas.

Nas semanas que antecederam o aniversário da primeira cúpula, que ocorre hoje, a mídia estatal norte-coreana alertou várias vezes que o comunicado firmado à época pode perder o sentido se os EUA não pararem de exigir que a Coreia do Norte desmantele unilateralmente seu arsenal nuclear.

Mesmo assim, o regime disse que "não mudou sua postura e desejo de acolher e implantar de boa fé" o comunicado de Cingapura.

(Reportagem adicional de Aradhana Aravindan, em Cingapura, Ben Blanchard, em Pequim, e Hyunjoo Jin, em Seul)