Trump admitiu suborno, diz presidente da Câmara; inquérito se intensifica
A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, disse nesta quinta-feira que o presidente Donald Trump já admitiu ações que equivalem a suborno no escândalo da Ucrânia que está no cerne do inquérito de impeachment liderado pelos democratas.
"O suborno é para conceder ou reter assistência militar em troca de uma declaração pública de uma investigação falsa sobre as eleições. Isso é suborno", disse Pelosi, a democrata mais graduada do Congresso, em uma coletiva de imprensa.
"O que o presidente admitiu e diz ser perfeito eu digo ser perfeitamente errado. É suborno."
Os democratas estão analisando se Trump abusou de seu poder retendo 391 milhões de dólares de ajuda de segurança à Ucrânia para pressionar Kiev a realizar uma investigação que o beneficiaria politicamente. O dinheiro, aprovado pelo Congresso para ajudar um aliado dos EUA a combater separatistas apoiados pela Rússia no leste do país, foi concedido à Ucrânia mais tarde.
Trump negou qualquer irregularidade.
Pelosi fez os comentários um dia depois de a Câmara de maioria democrata realizar sua primeira audiência pública do inquérito de impeachment que ela anunciou em setembro. Outra figura central, a ex-embaixadora dos EUA na Ucrânia Marie Yovanovitch deve depor na sexta-feira.
Se a Câmara aprovar artigos de impeachment —ou acusações formais— contra Trump, o Senado realizará um julgamento para decidir se o afasta com base nas acusações, mas até agora os republicanos que comandam a câmara alta mostraram pouco apoio à ideia de tirar Trump do cargo.
O foco do inquérito de impeachment é uma conversa telefônica de 25 de julho na qual Trump pediu ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que iniciasse uma investigação de corrupção a respeito do ex-vice-presidente norte-americano Joe Biden e seu filho Hunter, que ocupou uma cadeira no conselho na empresa ucraniana de energia Burisma.
Trump pediu ainda que Zelenskiy investigasse uma teoria desacreditada de que a Ucrânia interferiu nas eleições norte-americanas de 2016 e não a Rússia.
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