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Moradores de Porto Rico dormem ao relento e esperam por energia após terremoto "devastador"

7.jan.2020 - Porto Rico está acostumado a lidar com furacões, mas terremotos fortes como este são raros na ilha - Ricardo Arduengo / AFP
7.jan.2020 - Porto Rico está acostumado a lidar com furacões, mas terremotos fortes como este são raros na ilha Imagem: Ricardo Arduengo / AFP

Luis Valentin Ortiz

Em San Juan (Porto Rico)

08/01/2020 10h26

Muitos moradores de Porto Rico enfrentaram um segundo dia sem eletricidade hoje depois que o pior terremoto em mais de um século na ilha desligou a maior usina de energia, derrubou casas e matou ao menos uma pessoa.

As escolas de Porto Rico foram fechadas nesta quarta-feira, e todos os servidores públicos ficaram em casa, com exceção dos policiais e dos funcionários da saúde, enquanto engenheiros analisavam a segurança dos edifícios após o sismo de magnitude 6,4 de ontem e dos fortes tremores secundários.

Alguns moradores do sul da ilha, que foi afetado duramente, levaram as camas para o lado de fora na noite de terça-feira e dormiram a céu aberto, temendo que suas casas desmoronassem se outro terremoto ocorresse após uma semana de tremores, disse a governadora Wanda Vázquez aos repórteres.

Quase toda a ilha de mais de 3 milhões de habitantes ficou sem luz, e só 100 mil consumidores tinham energia no final da última noite, de acordo com a agência elétrica AEE.

A agência se apressou em religar as usinas de energia, que se desligaram automaticamente por segurança durante o sismo. A grande usina de Costa Sur sofreu "danos sérios" e foi desativada, disse Vázquez depois de declarar um estado de emergência.

A eletricidade deve voltar à maior parte da ilha dentro de 24 a 48 horas, contanto que não aconteçam mais terremotos, explicou.

"Toda Porto Rico viu a devastação deste terremoto", disse Vázquez, que tomou posse em agosto depois que Ricardo Rossello renunciou devido aos grandes protestos de rua contra seu governo.

07/01/2020 - Terremoto Porto Rico - Marco Bello / Reuters - Marco Bello / Reuters
Após terremoto, moradores preferiram dormir ao ar livre
Imagem: Marco Bello / Reuters

Cerca de 750 pessoas passaram a noite em abrigos nas cidades do sul mais abaladas pelo terremoto, relatou o governo. Imagens de televisão mostraram casas derrubadas e prédios de apartamentos com rachaduras profundas nas fachadas em comunidades como Guánica e Ponce.

Água engarrafada, pilhas e lanternas ficaram escassas nos supermercados da capital San Juan, e longas filas se formaram diante dos postos de combustível. Geradores mantiveram o aeroporto internacional da cidade funcionando.

Porto Rico está acostumado a lidar com furacões, mas terremotos fortes são raros na ilha. O território ainda se recupera dos furacões Irma e Maria de 2017, que mataram cerca de 3.000 pessoas e destruíram parte considerável da infraestrutura.