Presidente interino do Peru diz que não pressionará por referendo sobre Constituição
LIMA (Reuters) - O presidente interino do Peru, Francisco Sagasti, afirmou que não vai pressionar por um referendo sobre mudança da Constituição do país para resolver uma crise política acirrada que desencadeou protestos de rua nas últimas semanas por uma grande reforma.
Sagasti, um parlamentar centrista, assumiu as rédeas do país nesta semana em meio a algumas das manifestações mais acaloradas no Peru contra as classes políticas em décadas, nas quais duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
Ele conseguiu acalmar os ânimos no curto prazo, mas o país continua volátil, com pedidos nas ruas, principalmente por parte dos jovens, por mudanças na Constituição e uma reforma do Congresso.
Mais de 3 milhões de peruanos foram às ruas nos últimos dias, segundo pesquisa da Ipsos. Cerca de 90% desaprovam o Congresso e a maioria não se identifica com nenhum partido político.
Sagasti, no entanto, alertou em uma entrevista à Reuters que não haverá um movimento rápido em direção a um referendo sobre uma nova Constituição, como aconteceu no vizinho Chile após violentos protestos no ano passado. Os chilenos votaram esmagadoramente para reescrever sua própria Carta Magna.
"Acreditamos que é uma tarefa para um novo governo, eleito livremente pelo povo", disse ele. "Não achamos que seja uma prioridade de curto prazo", afirmou ele na noite de quinta-feira no palácio presidencial na capital Lima.
Sagasti, cujo mandato vai até julho e inclui conduzir o país a novas eleições previstas para abril, disse que seu governo está focado em "acalmar" a situação atual.
A Constituição do Peru, criada por Alberto Fujimori em 1993 depois que ele fechou o então Congresso liderado pela oposição, é controversa e não tem sido capaz de evitar episódios regulares de agitação que dominam a política por anos.
A polícia do Peru tem sido criticada pela forma como lida com os protestos que levaram à rápida renúncia do líder conservador Manuel Merino. Sagasti prometeu que "não haverá impunidade" para os responsáveis pelas mortes e feridos, mas não chegou a se comprometer com a reforma da polícia.
"Não deixaremos impunes de forma alguma aqueles que cometeram esses atos de violência e violação dos direitos humanos, mas também não iremos ao outro extremo dizer que todos os policiais são assim", afirmou.
"Não vamos manchar toda a polícia por causa do comportamento de alguns elementos."
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