Irã retoma enriquecimento a 20% em Fordow em violação mais recente de acordo nuclear
DUBAI (Reuters) - O Irã retomou o enriquecimento de urânio a 20% em uma instalação nuclear subterrânea, informou o governo hoje, rompendo um pacto nuclear de 2015 com grandes potências e possivelmente complicando os esforços do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, para voltar ao acordo.
A medida é a mais recente violação iraniana do acordo, que começou a infringir em 2019 em resposta à saída dos Estados Unidos do pacto em 2018 e à reimposição das sanções dos EUA que haviam sido suspensas sob o acordo.
"Há poucos minutos, o processo de produção de urânio enriquecido a 20% começou no complexo de enriquecimento de Fordow", disse o porta-voz do governo Ali Rabeie à mídia estatal iraniana.
A determinação é uma das muitas mencionadas em uma lei aprovada pelo Parlamento do Irã no mês passado após a morte do principal cientista nuclear do país, que Teerã atribuiu a Israel. Tais medidas do Irã podem impedir as tentativas do novo governo Biden de voltar ao acordo.
O principal objetivo do acordo era estender o tempo que o Irã precisaria para produzir material físsil suficiente para uma bomba nuclear, se assim o desejasse, de cerca de dois a três meses para pelo menos um ano. O pacto também suspendeu as sanções internacionais contra Teerã.
Em 1º de janeiro, a Agência Internacional de Energia Atômica disse que Teerã informou ao órgão que planejava retomar o enriquecimento em até 20% na instalação de Fordow, que está enterrada dentro de uma montanha.
"O processo de injeção de gás nas centrífugas começou há algumas horas e o primeiro produto de hexafluoreto de urânio (UF6) gasoso estará disponível em algumas horas", disse Rabeie.
"O processo começou após a tomada de medidas como informar o órgão de vigilância nuclear da ONU."
O Irã havia violado anteriormente o limite de 3,67% do acordo sobre a pureza com a qual pode enriquecer urânio, mas subiu apenas para 4,5% até agora, bem abaixo do nível de 20% e dos 90% que é usado para armas.
As agências de inteligência dos Estados Unidos e a AIEA acreditam que o Irã tinha um programa secreto e coordenado de armas nucleares, que foi suspenso em 2003. O Irã nega.
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