AstraZeneca diz que volumes iniciais de vacina para UE ficarão abaixo do esperado
FRANKFURT (Reuters) - A iniciativa de vacinação contra Covid-19 da Europa sofreu mais um revés nesta sexta-feira, quando a AstraZeneca disse que as entregas iniciais à região ficarão abaixo dos volumes almejados devido a um problema de produção.
"Os volumes iniciais serão menores do que originalmente antecipado, devido à produtividade reduzida no local de fabricação em nossa cadeia europeia de fornecimento", disse um porta-voz da empresa em comunicado, sem mais detalhes.
O contratempo afeta uma campanha europeia de imunização que já foi prejudicada por uma escassez temporária na cadeia de suprimento dos desenvolvedores de vacinas Pfizer e BioNTech, que estão reajustando uma instalação da Bélgica para intensificar a produção.
A Comissão Europeia disse que a Astra informou o comitê organizador de vacinação da União Europeia sobre uma mudança em sua calendário de remessas e que a Comissão está trabalhando para conseguir mais.
Depois que o produto da BioNTech, assim como uma vacina feita pela empresa de biotecnologia norte-americana Moderna, já foi lançado após obter uma aprovação regulatória, uma decisão da UE a respeito de uma aprovação regulatória do composto da Astra é esperada até o final de janeiro.
"Nós iremos fornecer dezenas de milhões de doses em fevereiro e março para a União Europeia, à medida que continuamos aumentando os volumes de produção", acrescentou. Ele não revelou qual era a meta inicial para as entregas.
A UE firmou um acordo para comprar ao menos 300 milhões de doses da Astra, com a opção de mais 100 milhões de doses, parte dos compromissos globais da empresa para fornecer mais de 3 bilhões de doses.
O ministro da Saúde da Áustria, Rudolf Anschober, alertou a AstraZeneca que qualquer atraso seria "absolutamente inaceitável", embora não tenha chegado a confirmar reportagens da mídia austríaca segundo as quais a empresa disse ao país que só pode fornecer 600 mil doses da vacina no primeiro trimestre, ao invés das 2 milhões planejadas originalmente.
(Por Ludwig Burger em Frankfurt e Francois Murphy em Viena; reportagem adicional de Francesco Guarascio em Bruxelas)
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