Premiê britânico nega ter dito 'deixem os corpos serem empilhados'
LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, negou nesta segunda-feira ter dito que preferia ver corpos empilhados "aos milhares" do que ordenar um terceiro lockdown para conter a Covid-19.
Johnson está enfrentando uma série de críticas nos jornais, todas elas refutadas, que vão desde sua reação inicial lenta à crise da Covid-19 até dúvidas sobre quem financiou a reforma de seu apartamento oficial.
O jornal Daily Mail citou fontes não identificadas segundo as quais em outubro, pouco depois de concordar com um segundo lockdown, Johnson disse em uma reunião em Downing Street: "Chega dessa porra de lockdowns — deixem os corpos serem empilhados aos milhares".
Indagado se fez o comentário, Johnson respondeu a emissoras: "Não, mas novamente, acho que o importante, acho, o que as pessoas querem que façamos como governo é garantir que os lockdowns funcionem, e têm funcionado".
O Daily Mail não respondeu a um pedido de comentário, mas mais tarde a rede BBC também noticiou que o premiê fez o comentário durante uma "discussão acalorada" sobre lockdowns. A Reuters não conseguiu verificar o conteúdo as reportagens de imediato.
Embora Johnson tenha sobrevivido a diversas gafes, crises do Brexit e revelações sobre adultério ao longo dos anos, agora ele lida com uma série de acusações que oponentes dizem mostrar que ele não está apto para a função. Ele ou seus apoiadores negaram todas elas.
Keir Starmer, líder do opositor Partido Trabalhista que qualificou o governo Johnson como "sórdido", disse ter ficado chocado ao ler a reportagem do Daily Mail.
"Se ele disse mesmo aquelas coisas, tem que explicá-lo", opinou.
Johnson acabou impondo um terceiro lockdown em janeiro, mas críticos dizem que este poderia ter sido evitado se ele tivesse cedido à pressão de ministros de alto escalão para endurecer o segundo lockdown.
O Reino Unido acumula 127.681 mortes de Covid-19, a quinta maior cifra global, vindo atrás de Estados Unidos, Brasil, México e Índia, de acordo com a Universidade de Medicina Johns Hopkins.
Na semana passada, Downing Street identificou Dominic Cummings, ex-conselheiro principal de Johnson, como a fonte de vazamentos danosos para o premiê, mas Cummings o negou e rotulou Johnson como incompetente e desprovido de integridade.
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