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Coreia do Norte lança míssil balístico intercontinental após visita de Biden à Ásia

Míssil balístico disparado pela Coreia do Norte durante teste, em imagem divulgada pela agência oficial norte-coreana KCNA em 10 de outubro de 2021 - Por Hyonhee Shin e Soo-hyang Choi
Míssil balístico disparado pela Coreia do Norte durante teste, em imagem divulgada pela agência oficial norte-coreana KCNA em 10 de outubro de 2021 Imagem: Por Hyonhee Shin e Soo-hyang Choi

Hyonhee Shin

24/05/2022 19h52

Por Hyonhee Shin e Soo-hyang Choi

SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte disparou três mísseis nesta quarta-feira, incluindo um que se acredita ser seu maior míssil balístico intercontinental, depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, encerrou uma viagem à Ásia onde concordou com novas medidas para deter o país com armas nucleares.

O vice-conselheiro de segurança nacional da Coreia do Sul, Kim Tae-hyo, disse que a Coreia do Norte também parece ter realizado vários experimentos com um dispositivo de detonação em preparação para seu sétimo teste nuclear, mas que é improvável que o teste ocorra nos próximos dias.

Em resposta aos lançamentos de mísseis, os Estados Unidos e a Coreia do Sul realizaram exercícios de disparo real, incluindo testes de mísseis superfície-superfície envolvendo o Sistema de Mísseis Táticos do Exército dos EUA (ATACMS) e o Hyunmoo-2 SRBM sul-coreano, disseram militares dos dois países.

Eles também fizeram outras demonstrações militares de força, como dezenas de caças em uma formação "Elephant Walk", destacando a política mais dura do novo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, sobre os testes de armas acelerados da Coreia do Norte.

Seu antecessor, o liberal Moon Jae-in, apostou em uma tentativa malsucedida de se envolver com Pyongyang, mas começou a realizar mais demonstrações de força militar nos últimos dias de seu governo este ano, depois que a Coreia do Norte testou uma série de mísseis.

Yoon, que tomou posse em 10 de maio, garantiu promessas em uma cúpula com Biden no fim de semana de que os EUA aumentariam os exercícios militares conjuntos e implantariam mais "ativos estratégicos" --normalmente bombardeiros, submarinos ou porta-aviões com capacidade nuclear-- para a região se necessário para deter a Coreia do Norte.

"A demonstração de força de nossos militares foi destinada a destacar nossa determinação de responder firmemente a quaisquer provocações norte-coreanas, incluindo um lançamento de ICBM, e nossa capacidade e prontidão esmagadoras para realizar um ataque cirúrgico na origem da provocação", disse o chefe do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em um comunicado.

Em um telefonema com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, o chefe de defesa da Coreia do Sul pediu a implantação de ativos estratégicos norte-americanos e disse que ambos os lados concordaram em reforçar a dissuasão dos EUA para combater as provocações norte-coreanas, disse o Ministério da Defesa de Seul.

A Coreia do Norte realizou uma série de lançamentos de mísseis este ano, de armas hipersônicas a testes de disparo de seus maiores mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) pela primeira vez em quase cinco anos.

Autoridades de Washington e Seul também alertaram recentemente que a Coreia do Norte parecia pronta para retomar os testes de armas nucleares pela primeira vez desde 2017, possivelmente durante a visita de Biden, sua primeira à Ásia como presidente.