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Rishi Sunak lidera primeira rodada de votação em disputa para premiê do Reino Unido

13/07/2022 15h30

LONDRES (Reuters) - O ex-ministro das Finanças do Reino Unido Rishi Sunak obteve o maior apoio de parlamentares conservadores na quarta-feira na primeira votação para escolher quem sucederá Boris Johnson como líder do partido e primeiro-ministro britânico, enquanto mais dois rivais foram eliminados.

Sunak, cuja renúncia como ministro das Finanças na semana passada ajudou a precipitar a queda de Johnson, garantiu o apoio de 88 dos 358 parlamentares do partido, com a ministra do Comércio, Penny Mordaunt, em segundo com 67 votos e a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, em terceiro com 50.

Nadhim Zahawi, que assumiu o cargo de ministro das Finanças de Sunak na semana passada, e o ex-ministro das Relações Exteriores Jeremy Hunt foram eliminados depois de não conseguirem o mínimo exigido de 30 votos. Eles se juntam a outros três candidatos que desistiram no dia anterior.

Os restantes --que também incluem a ex-ministra da Igualdade Kemi Badenoch, a procuradora-geral, Suella Braverman, e Tom Tugendhat, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento-- passarão para uma nova rodada na quinta-feira.

As votações subsequentes serão realizadas entre os legisladores conservadores, eliminando o candidato com menos votos de cada vez, para reduzir o campo a dois finalistas até 21 de julho. O novo líder será escolhido entre os dois pelos 200.000 membros do Partido Conservador no país, e será anunciado em 5 de setembro.

Embora Sunak possa ser o candidato mais popular entre seus colegas, uma pesquisa do YouGov com quase 900 membros do partido descobriu que Mordaunt era a favorita, derrotando qualquer um dos outros na última etapa. Ela tem uma grande vantagem sobre Sunak, que se saiu mal contra quase todos os seus rivais.

Quem vencer terá que reconstruir a confiança pública ferida por uma série de escândalos envolvendo Johnson, desde a violação das regras de lockdown da Covid-19 até a nomeação de um legislador para o governo, apesar do premiê ter sido informado de alegações de má conduta sexual.

A economia britânica está enfrentando inflação em disparada, dívida alta e baixo crescimento, deixando as pessoas enfrentando o aperto mais forte em suas finanças em décadas. Tudo isso tem como pano de fundo uma crise energética exacerbada pela guerra na Ucrânia, que elevou os preços dos combustíveis.

À medida que a disputa se intensifica, ela também se torna cada vez mais turbulenta, já que campos rivais trocam farpas e alguns oferecem uma série de promessas atraentes de redução de impostos.

Sunak disse que não era crível oferecer mais gastos e impostos mais baixos, dizendo que estava oferecendo honestidade "não contos de fadas".

Zahawi disse que foi difamado por suas finanças pessoais enquanto a ministra da Cultura, Nadine Dorries, que era ferozmente leal a Johnson e agora apoia Truss, acusou a equipe de Sunak de "truques sujos" como parte de uma estratégia para "Parar Liz".

"Acredito que o comportamento dele (Sunak) em relação a Boris Johnson, sua deslealdade, significa que eu não poderia apoiá-lo", disse o ministro para Oportunidades do Brexit, Jacob Rees-Mogg, a Sky News na quarta-feira.

Johnson, que obteve grande maioria para os conservadores na eleição de dezembro de 2019, anunciou na semana passada que deixará o cargo após uma onda de renúncias de ministros e com muitos parlamentares do Partido Conservador em revolta aberta.

Seus potenciais sucessores enfatizaram como eles ofereceriam integridade e confiabilidade em contraste, mas enfrentam questões próprias, como por que apoiaram Johnson por tanto tempo. Sunak foi --como Johnson-- multado por quebrar as regras de lockdown.

Opositores políticos dizem que os candidatos estão focados apenas em ganhar o apoio da ala à direita do partido no poder, falando sobre cortes de impostos e gastos extras com defesa, sem abordar a crise do custo de vida que o povo enfrenta.

As pesquisas também sugerem que, embora os conservadores discutam entre si, eles estão ficando significativamente atrás do principal partido da oposição, o Partido Trabalhista, embora nenhuma eleição esteja prevista para daqui a alguns anos.

"Sou sua melhor chance de vencer essa eleição. Sou a candidata que os trabalhistas temem", disse Mordaunt ao lançar oficialmente sua campanha na quarta-feira.

As pessoas realmente querem "as boas e velhas coisas" de impostos baixos, Estado enxuto e responsabilidade pessoal, acrescentou.

Em meio às promessas, Andy King, membro do conselho do Escritório para Responsabilidade Orçamentária, que monitora de forma independente as finanças públicas, disse a um comitê parlamentar que os impostos teriam que aumentar ou os gastos serem cortados para manter a sustentabilidade fiscal.

(Reportagem de William James; Reportagem adicional por Kylie MacLellan, Alistair Smout, Andrew MacAskill, William James, Faqrouq Suleiman e Muvija M)