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Justiça dos EUA concorda em nomear perito especial em caso de busca na casa de Trump

Donald Trump disse que o FBI não precisaria ter entrado em sua casa e que ele devolveria o material se autoridades tivessem pedido - GETTY IMAGES
Donald Trump disse que o FBI não precisaria ter entrado em sua casa e que ele devolveria o material se autoridades tivessem pedido Imagem: GETTY IMAGES

Sarah N. Lynch

05/09/2022 13h39Atualizada em 05/09/2022 13h59

Uma juíza dos Estados Unidos concordou nesta segunda-feira em nomear um perito especial para revisar os registros apreendidos pelo FBI durante busca sem precedentes na propriedade do ex-presidente Donald Trump na Flórida, em uma medida que pode atrasar a investigação em andamento do Departamento de Justiça.

Em sua decisão, a juíza Aileen Cannon em West Palm Beach, na Flórida, disse que o tribunal autorizou a nomeação para revisar itens pessoais, documentos e materiais sujeitos a alegações de privilégio advogado-cliente. Cannon foi nomeada por Trump em 2020, poucos meses antes de ele deixar o cargo.

A ordem de Cannon permite que as autoridades de inteligência dos EUA continuem uma revisão de danos à segurança nacional na investigação.

Trump acusou o Departamento de Justiça de lançar uma caça às bruxas partidária contra ele, e seus advogados argumentaram que a nomeação de uma terceira parte independente para analisar os materiais seria uma verificação importante.

Trump está sob investigação por remover registros do governo, alguns dos quais marcados como altamente confidenciais, da Casa Branca depois que ele deixou o cargo em janeiro de 2021 e armazená-los em sua casa de Mar-a-Lago, em Palm Beach.

O Departamento de Justiça também disse que está investigando uma possível obstrução, depois que o FBI descobriu evidências de que a equipe de Trump pode ter ocultado deliberadamente documentos confidenciais quando os agentes tentaram recuperá-los em junho.

Naquela mesma ocasião em 3 de junho, representantes de Trump certificaram falsamente que haviam realizado uma busca diligente e devolvido todos os materiais confidenciais ao governo - uma alegação que mais tarde foi refutada depois que o FBI recuperou cerca de 33 caixas contendo mais de 11.000 registros e fotos do governo e mais de 100 registros marcados como sigilosos.

A equipe jurídica de Trump esperou até duas semanas após a busca do FBI em 8 de agosto antes de pedir ao tribunal que nomeasse um perito especial - um terceiro independente que às vezes é designado em casos delicados para revisar materiais que poderiam ser cobertos pelo sigilo advogado-cliente.

Um perito especial foi usado, por exemplo, para revisar materiais apreendidos nas buscas nas casas e escritórios de dois ex-advogados de Trump - Rudy Giuliani e Michael Cohen.