Evangélicos não podem permitir que pastores mintam nas igrejas, diz Lula
(Reuters) - O ex-presidente e candidato ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que enfrenta uma série de fake news da campanha do adversário e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), pediu nesta quinta-feira a apoiadores evangélicos que não permitam que pastores falem mentiras dentro das igrejas.
"Quem é evangélico deve frequentar sua igreja e não permitir que o pastor minta, não permitir. Ninguém que é religioso, nem padre nem pastor, pode mentir. O povo não vai à igreja para ouvir mentira, o povo vai à igreja para discutir a sua fé", disse Lula em discurso a apoiadores em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Alvo de várias fake news sobre religião, como a que diz que se eleito ele fechará igrejas, Lula tem rebatido as notícias falsas seguidamente. Na quarta-feira, ele divulgou uma "Carta Compromisso aos Evangélicos", em que se compromete a manter a liberdade religiosa como em seus governos anteriores, entre outros pontos.
De acordo com pesquisa de intenção de voto do Datafolha divulgada na quarta, Lula perdeu 3 pontos entre os evangélicos nesta semana e a liderança de Bolsonaro no segmento se alargou, passando para 66% contra 28% de Lula, em comparação com 65% a 31% na semana passada. Entre os católicos, Lula oscilou 1 ponto para cima e o placar foi a 58% contra 37%, ante 57% a 37%.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta quinta-feira ampliar os próprios poderes para combater a disseminação de notícias falsas em plataformas e redes sociais na reta final do segundo turno da eleição, incluindo medidas para acelerar a retirada de fake news. [L1N31L1H8]
A corte também confirmou nesta quinta a abertura de um processo de investigação sobre uma rede de fake news para atacar Lula tendo como alvos Bolsonaro e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do presidente, entre outros.
Na véspera, a corte eleitoral concedeu direito de resposta à campanha de Lula no programa eleitoral de Bolsonaro em duas situações, conferindo ao petista uma boa parcela de tempo para rebater acusações do adversário consideradas infundadas.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
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