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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Rússia lança mais de 30 mísseis contra Kherson; maternidade foi atingida

Maternidade em Kherson foi atingida durante ataques russos à cidade nesta quarta-feira, 28 de dezembro - DIMITAR DILKOFF/AFP
Maternidade em Kherson foi atingida durante ataques russos à cidade nesta quarta-feira, 28 de dezembro Imagem: DIMITAR DILKOFF/AFP

Dan Peleschuk e Herbert Villarraga

28/12/2022 09h43

As forças russas intensificaram os ataques com morteiros e artilharia na cidade recentemente libertada de Kherson, no sul da Ucrânia, nesta quarta-feira, disseram militares ucranianos, ao mesmo tempo em que exercem pressão constante ao longo das linhas de frente na região leste do país.

A Rússia disparou 33 mísseis de vários lançadores contra alvos civis em Kherson nas 24 horas até o início de quarta-feira, disse o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia em seu relatório matinal. A Rússia nega ter alvejado civis.

Combates intensos também persistiam em torno da cidade de Bakhmut, controlada pelos ucranianos, agora em grande parte em ruínas, na província oriental de Donetsk, e ao norte, em torno das cidades de Svatove e Kreminna, na província de Luhansk, onde as forças ucranianas estão tentando romper a linha de defesa russa.

Sirenes de ataque aéreo também soaram em toda a Ucrânia na manhã de quarta-feira, disseram autoridades. De acordo com relatos na mídia social ucraniana, o alerta nacional pode ter sido declarado depois que jatos russos estacionados na vizinha Belarus decolaram. A Reuters não conseguiu verificar imediatamente essa informação.

O Ministério da Defesa do Reino Unido informou em sua última atualização sobre a situação militar na Ucrânia que a Rússia provavelmente reforçou a seção Kreminna da linha de frente, já que é logisticamente importante para Moscou e se tornou relativamente vulnerável após os recentes avanços ucranianos mais a oeste.

Ainda não havia perspectiva de negociações para acabar com a guerra, agora em seu 11º mês.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, está promovendo um plano de paz de 10 pontos que prevê que a Rússia respeite totalmente a integridade territorial da Ucrânia e retire todas as suas tropas.

Mas o Kremlin rejeitou na quarta-feira o plano, reiterando sua posição de que a Ucrânia precisa aceitar a anexação —anunciada pela Rússia em setembro após "referendos" rejeitados por Kiev e pelo Ocidente— de quatro regiões ucranianas: Luhansk e Donetsk no leste, e Kherson e Zaporizhzhia no sul.

"Não pode haver plano de paz para a Ucrânia que não leve em conta as realidades de hoje em relação ao território russo, com a entrada de quatro regiões na Rússia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "Planos que não levam em conta essas realidades não podem ser pacíficos."

As forças russas abandonaram a cidade de Kherson no mês passado em uma das vitórias mais significativas da Ucrânia na guerra. A região de Kherson, localizada na foz do poderoso rio Dnipro e servindo como porta de entrada para a Crimeia anexada à Rússia, é estrategicamente importante.

A alegria dos moradores de Kherson com a libertação da cidade rapidamente deu lugar ao medo em meio ao implacável bombardeio russo, e muitos fugiram desde então.

As forças russas bombardearam ala de maternidade de um hospital em Kherson, disse Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe de gabinete de Zelenskiy, no Telegram. Ninguém ficou ferido e a equipe e os pacientes foram transferidos para um abrigo, acrescentou.

A Reuters não conseguiu verificar imediatamente o relato.

Um ataque russo matou pelo menos 10 pessoas e feriu 58 em Kherson no último sábado, informou a Ucrânia.