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Scholz pede conclusão rápida de acordo UE-Mercosul; foco é em renováveis

O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, e o presidente argentino, Alberto Fernandez, em coletiva de imprensa após encontro - AGUSTIN MARCARIAN/REUTERS
O primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, e o presidente argentino, Alberto Fernandez, em coletiva de imprensa após encontro Imagem: AGUSTIN MARCARIAN/REUTERS

29/01/2023 12h53Atualizada em 29/01/2023 14h34

O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu no sábado uma rápida conclusão das negociações sobre um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, durante a primeira parada em Buenos Aires de sua viagem inaugural à região.

Em busca de reduzir a dependência econômica da Alemanha em relação à China, diversificar seu comércio e fortalecer as relações com as democracias em todo o mundo, Scholz está visitando Argentina, Chile e Brasil.

Berlim quer diminuir sua dependência sobre a China na obtenção de minerais essenciais para a transição energética, tornando a América Latina, rica em recursos, um parceiro importante. O potencial da região para produção de energia renovável é outro atrativo.

"Há um grande potencial para aprofundarmos ainda mais nossas relações comerciais, e as possibilidades que podem vir do acordo UE-Mercosul são claramente significativas", disse Scholz em entrevista coletiva à imprensa ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández.

Fernández culpa o protecionismo europeu por atrasar o acordo, firmado inicialmente em 2019, mas não ratificado pelos parlamentos nacionais. Embaixadores da UE têm dito que o Brasil precisa tomar medidas concretas para impedir a crescente destruição da floresta amazônica acelerada intensamente durante o governo de Jair Bolsonaro.

Berlim espera que essa preocupação possa ser deixada de lado com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem prometido recuperar a política ambiental do país. Scholz encontrará Lula na segunda-feira ao final de sua viagem de três dias.

A invasão da Rússia na Ucrânia, que desencadeou uma crise energética na Alemanha devido à forte dependência alemã do gás russo, aumentou a conscientização sobre a necessidade de reduzir a dependência econômica de Estados autoritários.

Para a Alemanha reduzir a dependência de minerais da China, ela precisará abraçar setores que tem evitado, disse uma autoridade do governo alemão na sexta-feira.

"Por exemplo, a mineração de lítio - é uma tarefa desafiadora, especialmente em relação ao meio ambiente e aos padrões sociais", disse a autoridade, que viaja com Scholz, a repórteres.

Argentina e Chile estão no topo do "triângulo de lítio" da América do Sul, que possui o maior repositório do mundo desse metal usado em baterias de carros elétricos.

Cerca de uma dúzia de executivos de empresas - incluindo os líderes da Aurubis, maior produtora de cobre da Europa, e da empresa de energia Wintershall Dea - estão acompanhando o chanceler.

Fernández disse que ele e Scholz discutiram a possibilidade de atrair investimentos alemães para a vasta reserva de gás de xisto, depósitos de lítio e produção de hidrogênio verde do país.